Confira a entrevista com Scott Caan.
Q: Na sua carreira no cinema, você começou como o
memorável Scott Lavin no Entourage. Comparando com o Hawaii Five-0, qual as
diferenças entre filme e TV e qual você prefere?
SC: Claro que eu quero fazer filmes. Todos querem fazer
filme. Gostei muito de fazer Entourage e
têm coisas que eu gosto no Hawaii Five-0. A verdade é que não sei. Fui teimoso
e nunca quis fazer televisão. Nem sei se quero atuar mais. Quero fazer filmes,
gosto de escrever, gosto de fotografia, gosto de tantas coisas diferentes, que
ainda não sei realmente o que quero fazer. Claro, eu preferiria fazer filmes,
mas filmes são instáveis e os pagamentos também não têm estabilidade. Eu ainda quero
ter tempo para cuidar dos meus filhos. Eu não tenho filhos. Não, não tenho ainda,
mas o que quero dizer é que quando tiver... eu também não sei isso ainda, assim
como não sei se quero ser rico... Não sei o que quero.
Q: Como você se preparou para interpretar o Danny
Williams?
SC: Bom, a boa notícia é que essas coisas são fáceis pra mim.
Sinto que há muito de mim nisso. Na
maioria das vezes eu só memorizo minhas falas, deixo minha marca e me divirto. A
única forma de fazer um show como esse é descobrir uma forma de se divertir.
Alex O’Loughlin tem um trabalho muito difícil, porque a parte dele não é a mais
divertida de se fazer. Ele tem que voltar e fazer isso todos os dias. Já no meu
caso, têm muitas cenas que eu só apareço e me divirto.
Q: Qual foi a maior recompensa de aceitar esse papel?
SC: Bom, estou nesse negócio há muito tempo e nunca
consegui pegar os papéis que eu realmente queria. Em “Onze homens e um
segredo”, eu era o décimo cara do filme. Por exemplo, Casey (Affleck) pegou alguns
bons personagens e depois conseguiu ofertas em bons filmes e eu não. Gastei
muito - não perdi tempo, mas fui em frente e gastei muito do meu dinheiro em
filmes, pois queria ser John Cassavetes. Não queria ser Tom Cruise, então você
paga o preço. Por qualquer motivo, meu estilo não me colocou no ponto
onde eu gostaria de estar e onde eu poderia fazer o que eu realmente queria. Há
coisas que eu realmente quero fazer, por isso tenho que pegar oportunidades
como essas. Essa é uma ondae você tem que aproveitar esses momentos da vida.
Quando você diz “não” para eles, você olha pra trás se pergunta: “Deus, onde eu
estaria se eu fizesse aquilo”. Digo isso porque hoje finalmente estou nos meus
30 anos e as coisas que eu quero fazer estão na minha frente.
Q: Você tem intenção de no futuro, voltar para a música ou
produção?
SC: Eu produzi, fiz três filmes e dirigi outros dois. Não
quero mais trabalhar com música, agora só ouço. Esqueci quem disse isso, mas foi
algum grande diretor: “Um filme nunca está pronto, você só para de trabalhar
nele”. Essa é a vida de um artista de verdade. Não quero parecer pretencioso,
mas acredito assim você começa a dizer “coisas” como: “Eu fiz, eu cansei, eu
estou fazendo”. Eu olho para o Matt Damon e sei que ele pode fazer o filme que
quiser, mas garanto que ele não está satisfeito com seu último desempenho. Ele
está sempre procurando o próximo filme. Não está fazendo isso porque precisa de
dinheiro, mas sim, porque quer fazer uma coisa melhor. Ele pode ganhar um
Academy Awards ou ser indicado, pra ele tanto faz. Veja o Leonardo Dicaprio: você
realmente acha que ele olha seu último trabalho e diz: “Eu realmente consegui
dessa vez. Acabou”. Não. Ele está lá sentado, arrancando os cabelos porque
quer fazer algo melhor. Por isso, eu não acho que se eu estivesse no lugar de
Leonardo Dicaprio eu seria feliz. Eu estaria no mesmo lugar que estou, só
que sentiria que estaria fazendo as coisas com um pouco mais de amor.
Q: Mas eu acho que isso é bom, porque faz com que você continue a crescer como
ator.
SC: Claro, isso que estou dizendo. Acho que nunca seria
feliz com trabalho. É complicado, porque você sabe que gosta, mas isso vai se
transformar na sua vida? Eu também não quero me transformar em um artista
miserável, sabe o que quero dizer? Não quero ser sempre infeliz, mas eu não
sei. É interessante.
Q: Há semelhanças entre você e seu personagem?
SC: Sim, claro. Não é mais um personagem. Sou apenas
eu.
Q: Você gosta ou isso torna as coisas mais difíceis?
SC: Não. Como ator, acho que essa é a única forma de fazer
isso. Eu leio algo e se me identifico, tenho vontade de fazer. Se
não me identifico, mas gosto, bom… você não pode fazer algo fora de si mesmo. O
que quero dizer é a ideia de trazer vida a alguma coisa. E você sabe que as
pessoas dão o melhor de si nos seus trabalhos. Com atores é assim: “Ele...”- e
atrizes fazem isso o tempo todo: “Ela acha isso, ela acha aquilo...”. Não é
assim, você faz... As palavras são as palavras, você tem que pronunciá-las. É
como você as lê, você como pessoa. Se eu for interpretar uma criança que tem
síndrome de down, tem que existir uma parte de mim que compreenda ou algo em
mim que me coloque dentro daquilo. Se não, não será bom. Sabe, sou como esse
cara, sou como aquele...tanto faz.
Q: Danny frequentemente é retratado como um personagem
macho-alfa. Ele é mais vulnerável e sensível quando se relaciona com sua
filha. Você pode falar um pouco sobre esse lado de Danny e como você faz essa
abordagem como ator?
SC: Acho que isso retoma a questão anterior. Essa é uma
parte importante e por isso tudo é muito bom pra mim. Se eu não pudesse interpretar
o Danny, eu não iria fazer isso. Sou bastante sensível para interpretar essa
parte, e para isso, você tem que gostar um pouco. É uma coisa difícil de ser.
Q: Nessa temporada você fez várias cenas importantes. Há
alguma especial que você gostou de trabalhar? Há alguém com quem você gostaria
de contracenar nesse seriado?
SC: Eu tive que trabalhar com um amigo meu, Rhys Corio.
Ele fez Entourage e interpretou Billy Wals, o que foi muito bacana pra mim.
Também gostei de trabalhar com Claire Van Der Boom, minha esposa. Isso foi
maravilhoso. Como quem eu gostaria de trabalhar no seriado? Sean Penn.
Sou sua fã Scott Caan <3 I Love You *-*
ResponderExcluir