Por Luiz Felipe Longo
O sol brilhava no ponto mais alto do
céu e iluminava o quarto de Steve McGarrett. Ele, juntamente com os outros
membros da 5-0 havia ganhado cada um, um apartamento no edifício Valencia,
localizado em um bairro de classe média alta da cidade de São Paulo.
- Tudo pronto para buscarmos Max e
Grover no aeroporto? – pergunta McGarrett a Chin, que estava terminando de
abotoar sua camisa.
-
Sim. Kono disse que não vai, está passando mal, com muita dor de cabeça.
Catherine vai ficar para ajudá-la se precisar. Onde está Danny?
- Foi para Campinas. O voo do amigo
de Nova Jersey dele iria parar ali e ele foi buscá-lo.
- Certo. Vamos lá, eles devem pousar
em alguns minutos.
O
aeroporto de Guarulhos era extremamente grande, possuía escadas rolantes,
vários terminais, uma quantidade inumerável de lojas e lanchonetes. Além disso,
várias pessoas perambulavam por todos os lados, sempre de maneira apressada e
olhando a todo o momento no relógio.
- As pessoas daqui precisam passar
alguns dias no Havaí. – comenta Steve, enquanto parecia adquirir o hábito dos
paulistanos e olhava os ponteiros de seu relógio.
- Parece que sim e que você está com
os mesmos hábitos deles. Não para de olhar um instante para seu relógio. –
retruca Chin.
- Eles já deviam estar aqui. Estão
demorando muito!
Nesse momento, dois homens entram por uma porta automática vindos do desembarque internacional. O primeiro, mais baixo, pele clara, cabelos escuros, traços orientais e levemente gordo. O outro, estatura alta, pele de cor negra e totalmente careca.
Nesse momento, dois homens entram por uma porta automática vindos do desembarque internacional. O primeiro, mais baixo, pele clara, cabelos escuros, traços orientais e levemente gordo. O outro, estatura alta, pele de cor negra e totalmente careca.
Eram
Max e Grover, vindos diretamente do Havaí.
-Olá
comandante, olá Chin. Como estão? – pergunta Max.
- Olá Max, estamos bem. Feliz por
terem chegado. A situação está um pouco ruim por aqui. – comenta Steve.
- São aqueles russos, não são? - questiona Grover enquanto envia uma
mensagem para sua filha informando que havia chegado ao Brasil.
- Acreditamos que os russos são
apenas membros de uma organização espalhada pelo mundo todo e jurando vingança
contra os Estados Unidos e seus aliados. Thompson deixou bem claro isso para
gente, eles estão por toda parte. – responde Chin.
Era
a primeira vez que Danny estava no interior de São Paulo. Não conhecia muito
ainda do Brasil, apenas as cidades que viajara por conta do trabalho. Ficara
impressionado com o aeroporto em Campinas, era bastante moderno e bonito. O
agente aguardava sentado em uma confortável cadeira acolchoada a chegada de seu
amigo. Eles haviam trabalhado juntos em Nova Jersey durante dez anos, e conservavam
uma grande amizade.
- Danny! Quanto tempo, parceiro. –
diz um homem alto, cabelos castanhos, barba simetricamente bem feita, óculos
escuros e com um boné na cabeça, adentrando pela área de desembarque do
aeroporto e dando um abraço no amigo.
- Como está, Paul? Fico feliz em ter
aceitado tão prontamente meu convite. As coisas não andam bem por aqui. –
comenta Danny, apertando a mão de Paul Mirror.
-
Fiquei sabendo a respeito da Avenida Paulista. Aquelas imagem rodaram o mundo,
deixaram todos em alerta.
- Parece que a coisa é pior ainda.
Prendemos dois indivíduos semana passada e eles disseram possuir uma quadrilha
altamente articulada para agir nos mais diversos países aliados dos Estados
Unidos e no próprio território norte-americano.
Os dois caminham pelo estacionamento
do aeroporto em direção ao carro dado pelo governo brasileiro a Danny. Era uma
bela caminhonete preta, mas ele admitia preferir seu Camaro do Havaí.
- Então... Havaí, agora Brasil. Acho
que está gostando de uma praia. – comenta Paul enquanto os dois acessam a
rodovia de saída do aeroporto para retornar a São Paulo.
- Odeio praia, mas ela me persegue.
Sinto saudade da correria em Jersey, do cheiro da cidade, de tudo. – responde
Danny, notando que um sedan prateado os segue desde que saíram do aeroporto. –
Vou acelerar, acho que temos companhia.
O
agente louro norte-americano atinge uma velocidade extremamente alta, bastante
acima do permitido naquela rodovia. O veículo prateado acelera da mesma maneira
e passa a persegui-los. Era uma via pouco movimentada naquele trecho, mas que
logo desembocaria na rodovia maior e com mais carros.
- Se conseguirmos chegar à estrada
principal despistaremos eles. – argumenta Paul, enquanto coloca munição em seu
revólver.
- Não atire, ok? Meu parceiro atual
também age sem pensar, não faça igual a ele. Pode ferir pessoas inocentes. –
solicita com paciência Danny.
No entanto, Paul não consegue nem
mesmo terminar de colocar as balas, pois o carro tem uma freada busca. Outro
veículo prateado, idêntico àquele que os estava seguindo e parara logo atrás,
vinha na direção contrária aos dois agentes, que não têm tempo sequer de
pensar, pois dois homens saem de cada sedan e abrem fogo contra Danny e seu
amigo.
A
rajada de tiros contra a caminhonete só para quando se ouve o som de sirenes.
Provavelmente alguém escutara o barulho ensurdecedor das armas e acionara os
guardas. Os atiradores entram nos carros e saem acelerando até a rodovia
principal.
-
Paul, você está legal? – diz Danny com voz cansada e massageando a testa. Ele a
batera no volante ao se abaixar e um hematoma se formara.
- Fui atingido. Preciso de um... –
Paul não consegue completar a frase, fecha os olhos e fica largado no banco do
passageiro. O rapaz recém chegado de Nova Jersey havia sido baleado próximo do
coração.
- Preciso de uma ambulância, agora!
Próxima ao aeroporto de Viracopos. Corram! – pedindo ajuda pelo celular ao
discar para o número de emergência.
Danny tenta estancar o sangramento
vindo do peito do amigo com alguns panos que estavam na bolsa do próprio
colega. Rapidamente o resgate chega, entuba Paul e o leva para o hospital mais
próximo.
Ao chegarem ao pronto-socorro, os
enfermeiros afastam Danny da maca do amigo, pois ele teria que ser operado. O
agente da 5-0 chora copiosamente sentado em uma poltrona e decide ligar para
Steve.
- Steve, armaram uma emboscada para
a gente. Atiraram no Paul. – diz às lágrimas Danny enquanto passa a mão na
cabeça nervosamente.
- Calma, Danny. Estamos indo para
aí! Onde e como vocês estão?
-
No hospital perto do aeroporto. Eu estou bem, mas o Paul foi para cirurgia.
Steve
se despede e desliga o telefone, parece não acreditar no que acabara de ouvir.
Max, Grover e Chin aguardam ansiosamente pelas palavras do amigo, que engole
seco e começa a falar:
- Danny e seu amigo de Jersey foram
vítimas de uma emboscada. Parece que acertaram o Paul e os dois estão no
hospital próximo ao aeroporto, precisamos ir para lá!
- Com toda certeza. Acabamos de
chegar, mas estamos preparados para o que vier. – comenta Grover, claramente
ajeitando uma arma em sua cintura.
- Max, preciso que você vá até o
edifício onde estamos morando. Avise Kono e Catherine do ocorrido e fique com
elas. Aposto que trouxe em seu notebook o programa de segurança e identificação
facial. - pede McGarrett ao anotar o endereço da moradia e pedir para que o
legista informe a um taxista. O rapaz de traços orientais acena positivamente
com a cabeça, sai andando com sua bolsa de rodinhas até uma das portas de saída
do aeroporto e toma um táxi. – Vocês dois, comigo. Vamos para Campinas!
O
caminho até chegar à metrópole do interior paulista parecia interminável. Todos
estavam alerta a qualquer movimentação suspeita, mas, por sorte, tudo
transcorria bem.
- Alô, Danny? Como está, parceiro? É
o Chin. Preciso que me dê qualquer descrição sobre o carro em que estavam os
suspeitos. Vou pedir ao Max para acessar o sistema de câmeras da rodovia para
ver se identificamos algo. – pede Chin ao telefonar ao amigo, que visivelmente
ainda abalado, fornece as únicas informações que podia dar, estavam em dois
sedans prateados.
O
agente da 5-0, primo de Kono, telefona para Max e passa a informação dada por
Danny. O legista havia chegado ao edifício e tinha sido muito bem recepcionado
pelas duas agentes, que ao saberem do ocorrido, quiseram ir para Campinas
também, mas foram impedidas pelo amigo, afirmando ter ordens de McGarrett para
que operassem dali.
- Certo Chin, achei um vídeo
bastante impressionante e só pode ser os dois carros os quais Danny comentou.
Ele mostra o exato momento do ataque à caminhonete de nosso amigo e seu
parceiro de Jersey. – liga Max alguns minutos depois de Chin ter fornecido a
informação.
- É possível ver mais alguma coisa?
– questiona Grover, já que a ligação estava no viva-voz.
-
Na verdade, sim. Identifiquei as placas de ambos os veículos, no entanto, eles
pertencem a uma locadora de carros e foram alugados hoje de manhã, fica apenas
a alguns metros do aeroporto. Ao chegarem lá, conversem direto com o dono,
Antonio Ramirez.
- Obrigado, Max.
McGarrett pede para que o deixem no
hospital, enquanto isso, Grover e Chin iriam interrogar Ramirez a respeito do
aluguel dos carros e depois seguiriam para o pronto-socorro.
Danny estava sentado em uma poltrona
branca, claramente abatido e com o cabelo desarrumado, quando Steve chegou e o
deu um demorado abraço. Quem passasse ali pensaria que os dois eram irmãos.
- Como estão as coisas? – pergunta o
ex-oficial da marina norte-americana.
- Nada bem. Ainda o estão operando,
mas parece que ele perdeu bastante sangue e talvez a bala tenha se alojado no
coração.
-
Vai dar tudo certo, Danny!
- A culpa disso é minha, Steve. Eu o
trago para o outro lado do continente e nem uma hora depois ele já é baleado. O
que vou dizer a mulher dele? Ao filho de nove anos dele?
Ao chegarem à locadora de carros,
Grover e Chin descem do veículo e pedem para falar com Antonio Ramirez,
rapidamente se identificando como policiais em serviço.
- O que posso fazer pelos senhores?
– pergunta Antonio Ramirez ao sair de uma sala localizada nos fundos do
estabelecimento. Aparentemente ele tinha trinta anos, possuía topete moreno
penteado para o lado esquerdo, musculatura bem definida, estatura mediana e um
enorme escorpião no pescoço tatuado que descia até o final das costas.
- Soubemos que alugou dois sedans
pratas na manhã de hoje. Queremos nomes de quem fez a locação. – pede Grover.
- Desculpem-me, mas meu comércio
zela pela privacidade de nossos clientes.
- Escuta aqui. Um policial está no
hospital nesse momento entre a vida e a morte, outro quase foi morto. Espero um
pouco mais de cooperação da sua parte ou senão teremos que prendê-lo por
obstrução da justiça. – argumenta Chin pegando Antonio pela gola da camisa.
- Tudo bem, não precisa se exaltar.
Lembro-me de cabeça daqueles indivíduos, impossível esquecer.
-
Por que marcaram tanto? – questiona o primo de Kono.
- Eles não eram brasileiros.
Latinos, provavelmente. Tinham um espanhol bastante fluente, coisa de nativo
mesmo. Chamavam-se Afonso Menendez e Jorge Murillo.
-
O senhor se lembra da aparência deles?
- Claro! Um deles era bastante
baixo, cabelo encaracolado, pele negra e um pouco gordo. O outro era totalmente
o oposto. Rapaz extremamente magro, cabelo preso por um rabo de cavalo e tinha
estatura alta.
- Já foi de grande ajuda, senhor
Ramirez.
Chin
e Grover se despedem do dono da locação de veículos e saem caminhando até o
carro. O agente recém chegado acabara de enviar para Catherine uma mensagem com
os dois nomes e esperara receber informações a respeito em instantes.
- Nossos amigos são latinos então.
Arrisco-me a dizer que fazem parte da mesma quadrilha de Thompson, Wander e os
russos. – comenta Chin ao acessar a rodovia para economizar tempo e chegar ao
hospital.
Neste momento, o celular de Grover
toca, era Catherine fornecendo informações a respeito dos dois suspeitos.
Afonso Menendez era chileno, tinha duas passagens por furto e homicídio. Jorge
Murillo, por sua vez, era colombiano e tinha passagens por tráfico de drogas.
- Parece que escolheram os piores
bandidos de cada país para formarem essa quadrilha. Assassinos, traficantes, ex
militares, corruptos e por aí vai. – comenta Chin para Grover e Catherine, já
que o celular estava no modo viva-voz.
- Pedi para Max rastrear os dois
números de celular que estão registrados nos nomes de Menendez e Murillo. Eles
estão muito próximos do hospital onde McGarrett, Danny e seu amigo de Jersey
estão. – diz com a voz preocupada Catherine.
- Eles vão tentar terminar o
serviço. Querem matar Danny, Steve e Paul. – constata Grover.
Os três se despedem, e os dois
homens pisam fundo no acelerador, chegando em questão de minutos no hospital.
Ao encontrarem Steve e Danny, informam sobre o que haviam descoberto e que
talvez, Menendez e Murillo estariam indo ao pronto-socorro para matar os
agentes.
-
Por isso então recebi de Max o download do aplicativo de rastrear celulares.
Vou colocar os dois números e ver onde esses criminosos estão. – comenta Steve,
que ao anotar, observa o visor indicar que eles estavam no mesmo corredor dos
agentes.
- Isso é impossível. O corredor está
vazio! – Conclui Danny, indo até uma lixeira e pegando dois celulares de
dentro. – Foi uma distração. Eles sabiam que seriam rastreados.
- Uma distração do que? – pergunta
Grover.
Nesse momento, o telefone móvel de
McGarrett toca e o visor indicava ser Kono, mas quando o agente atende, um
homem com forte sotaque começa a falar:
- Olá, comandante McGarrett. O
japonês até tentou ajudar suas amigas, mas é um fraco. Quer dizer um oi?
O criminoso coloca o telefone
celular próximo de Kono e Catherine, que apenas emitem um grito abafado pelo
pedaço de fita colado na boca.
-
Suas amigas vão sofrer, assim como todos os aliados dos Estados Unidos e os
próprios norte-americanos. O tempo está passando, McGarrett. A cada dia vamos
ficando mais fortes
- Desgraçado! Vou encontrá-las, está
me ouvindo? E Max? O que você fez com ele?
O telefone fica mudo. O ex-oficial da Marinha estava incrédulo, Catherine e Kono agora eram reféns dos criminosos, o amigo de Danny acabara de sair da operação, mas estava na UTI em estado crítico. Cada vez mais os agentes começavam a sofrer as consequências daquela guerra a qual estavam inseridos.
O telefone fica mudo. O ex-oficial da Marinha estava incrédulo, Catherine e Kono agora eram reféns dos criminosos, o amigo de Danny acabara de sair da operação, mas estava na UTI em estado crítico. Cada vez mais os agentes começavam a sofrer as consequências daquela guerra a qual estavam inseridos.
-
O que aconteceu? – pergunta Chin, claramente preocupado com sua prima.
- Eles pegaram Catherine e Kono. Não
sei o que houve com Max...
Leia o segundo episódio: Operação Angra
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