Hawaii Five-0 Brasil 1x04 - Operação Campinas II


Por Luiz Felipe Longo

Grover havia sido enviado juntamente com um policial de Campinas para São Paulo por McGarrett para averiguarem o que havia acontecido com Max. Eles temiam que o legista estivesse morto. Ao chegarem ao edifício em que os membros da 5-0 estavam hospedados, depararam-se com o quarto todo revirado, papéis pelo chão, o computador todo destruído e o amigo amarrado, amordaçado, preso no armário.
- Max, o que aconteceu? – questiona Grover enquanto desamarra o amigo e retira o pedaço de fita da sua boca.
- Eles estavam em quatro homens. Tenho certeza que dois deles eram Menendez e Murillo, mas os outros não conheço, falavam espanhol também. Nós resistimos, mas Kono estava debilitada ainda por conta das dores de cabeça e eles a conseguiram pegar junto com a Catherine.
  -Por que as duas? Você sabe?
- Eles disseram a mim, “fale pro McGarrett que entramos em contato e estamos observando todos vocês”. 
- Nos observando? Como isso é possível?
- Não faço ideia.
- Tudo bem, Max. Desça com esse policial e terá uma ambulância o esperando lá embaixo. Seu nariz está inchado, acho que pode ter quebrado.
  Grover encaminha o companheiro até o elevador com o policial campineiro, telefona para Chin e conta tudo o que havia ocorrido, dizendo que Max estava bem, mas haviam danificado todo o equipamento e também sobre o recado deixado pelos criminosos.

- Acabei de falar com Grover, Max está bem, mas danificaram todo nosso equipamento e disseram que vão entrar em contato. E, a propósito, consegui as imagens das câmeras de segurança do hospital. Tenho uma má notícia. Não eram Murillo e Menendez que jogaram os celulares na lixeira, são dois rapazes diferentes. – comenta Chin, claramente preocupado com a sua prima e sua amiga, para Steve mostrando a filmagem em um tablet. 
  - Que ótima notícia Max estar bem. Envie essas imagens para ele analisá-las e peça o reconhecimento facial. – responde Steve, de maneira desatenta, já que o ex-policial havia informado sobre a danificação do aparelho.
  - Steve, eles quebraram nosso equipamento. Eu disse, tudo foi destruído. 
- Verdade, desculpe Chin, estou desatento. Olhe para Danny. – ele aponta o rapaz louro sentado em uma poltrona, com olheira e a cara visivelmente abatida. – Não se sabe nenhuma notícia do amigo dele, apenas que está em estado crítico.
- Tenho certeza que todos nós sairemos dessa. Mas, Steve, não podemos ficar aqui parados enquanto Kono e Catherine estão nas mãos daqueles bandidos. 
- Vou fazer uma ligação, pode me emprestar seu celular? Os bandidos vão entrar em contato pelo meu eu acho.
  - Claro. Para quem vai ligar?
- Para o único homem que tem acesso a minha sala no Havaí e sabe mexer nos computadores de reconhecimento facial.

Kono e Catherine estavam na parte de traseira de uma van em movimento pela estrada, mas não sabiam onde estavam, ambas amarradas e amordaçadas com um homem cada as vigiando. 
  O veículo entra em um lugar mais escuro, sem iluminação alguma, provavelmente era um túnel subterrâneo e aos poucos vai parando. As duas agentes são jogadas com violência para o chão quando a porta da van é aberta.
- Veja se não são as americanas da 5-0. Vocês parecem mais bonitinhas pela televisão. – comenta um homem, aparentemente mais velho que os quatro que as pegaram, com cabelos grisalhos, olhos escuros, pele clara e uma enorme mancha de queimadura na cara. – É hora de ligar para o amiguinho de vocês.
O criminoso pega o celular, desta vez de Catherine, e disca o número de Steve. Lá no hospital, Chin toma um susto quando vê a chamada chegando ao celular do amigo, que estava fazendo a ligação dita por ele.
  - Alô, aqui é Chin Ho Kelly. 
- Passe o telefone para McGarrett. Diga a ele para desligar a outra ligação e atender essa, é mais importante. – comenta o bandido com a mancha na cara.
  O ex-policial havaiano interrompe Steve e passa o celular a ele, com o semblante de preocupação estampado em seu rosto. O ex-oficial da Marinha se despede com quem estava falando e atende o criminoso.
- Diga que minhas amigas estão bem, desgraçado! – exclama McGarrett de maneira bastante irritada.
  - Elas ainda estão bem...Ainda!
- O que quer dizer com ainda?
  - Quero que junte uma grana para mim. Depois que fizer isso, vou dar uma única pista e você terá que encontrá-las.
- Nada feito! 
  - Isso ou Kono e Catherine serão entregues a vocês em dois sacos pretos.
  - Quanto você quer?
  - Garoto esperto. Quero R$100 milhões, em uma única bolsa e em 12 horas. Você vai deixá-la atrás de uma árvore na lagoa do Taquaral próximo de um dos mapas do lugar. 
  - É impossível juntar essa quantia em tão pouco tempo. São dez horas da manhã, não tem como eu ter tudo isso às dez da noite. 
- Se vira! Não me interessa! Ou é isso, ou suas amigas morrem. Ah, não se esqueça, não tente me enganar, já disse que o estou observando.
  O criminoso desliga a ligação. McGarrett não parece preocupado, mas apreensivo, ao contrário de Chin. O líder da força tarefa 5-0 pega novamente o celular do companheiro e refaz a chamada que antes havia sido encerrada.
- Diga-me que conseguiu rastrear a chamada. – clama Steve para a outra voz no telefone, que é masculina.
  - Consegui, McGarrett! Assim que vocês resgatarem Kono e Catherine vou querer um distintivo policial.
  - Excelente, Jerry. Onde elas estão?
  - Segundo as coordenadas da ligação, em uma sala nos dutos subterrâneos do Shopping Dom Pedro.
  - Valeu, parceiro.
  Jerry Ortega era um amigo de longa data de todos os membros da 5-0. Alto, bastante gordo, barba e cabelos compridos, tinha afixação por teorias conspiratórias e adorava uma investigação. 
  - Então estava falando com o Jerry? Como me esqueci dele? – questiona Chin com um sorriso satisfeito na face.
  - Ele me deu a localização. Vamos juntar mais policiais e invadir esse local. Ligue para Grover e peça a ele para vir. – ordena McGarrett.

- Parceiro, vou entender se quiser ficar aqui com o Paul. Precisamos estar totalmente focados nesta operação se quisermos liberar nossas amigas. – comenta Steve dando um tapa nas costas de Danny.
- Não, eu quero ir! Não há nada que eu possa fazer aqui. Vou me sentir melhor indo. – afirma com franqueza o agente norte-americano de cabelos louros.
  Os dois levantam então das cadeiras as quais estavam sentados e saem apressadamente, seguidos por Chin. Um alerta especial havia sido feito e grande parte da força policial de Campinas estava se dirigindo para o shopping. No entanto, os agentes percebem que um helicóptero está sobrevoando o pronto-socorro e finalmente “ligam os pontos”. Por isso o criminoso sabia sobre todos os passos deles.
  - Quem estiver naquele helicóptero já sabe que estamos armando alguma coisa. É preciso corrermos se quisermos salvar Kono e Catherine. – aconselha Chin, a voz de preocupação evidente.
  Chegando ao shopping em veículos utilitários pretos, os agentes da 5-0 pedem para que fechem todas as entradas e saídas do shopping, principalmente aquelas subterrâneas. Era preciso pegar os criminosos.

- Sim, chefe. Eles saíram apressadamente do hospital e estão todos ao lado de fora do shopping. – comenta por um rádio comunicador o homem que pilotava o helicóptero.
  - Como descobriram onde estávamos? – questiona o criminoso, ficando cada vez mais irritado com aquela situação.
  - Não tenho ideia, senhor.
  - Não importa, quero que mate-os!
- Entendido.
  O criminoso vai até as duas cadeiras onde estavam amarradas Kono e Catherine, retira do bolso uma arma de choque e a encosta na barriga das agentes, que gritam desesperadamente de dor.
  - Por que está fazendo isso? – pergunta Kono já quase desmaiando de tanta dor.
  - Vocês americanos se acham superiores ao restante do planeta, principalmente policiais e militares. Vou acabar com cada um dos aliados dos Estados Unidos, depois com os próprios norte-americanos e encerrarei minha missão. 
  - Então é você quem comanda tudo? – questiona Catherine. Ela parecia resistir um pouco mais em relação à sua companheira.
  - Você é bastante esperta, Catherine. Seria excelente ter você ao nosso lado.
  - Nunca vou trair meu país!
  O homem com a marca na face dá um tapa violento na cara da agente, que mesmo assim não abaixa a cabeça e cospe de lado.
  - A primeira coisa que fizer quando sair daqui será arrancar essa sua marca da cara com as minhas próprias mãos! – dirige-se ao criminoso de maneira revoltada Catherine.
  - Sabe como ganhei essa marca? Passava muitas necessidades no México e via na terra de vocês como a chance de tentar algo novo. Paguei dois coiotes para passarem eu e minha esposa pela fronteira, mas eles eram agentes de Inteligência americanos disfarçados. Sem razão alguma, pelo simples motivos de sermos mexicanos, jogaram gasolina em nossos corpos e atearam fogo. Minha mulher morreu na hora. Fui salvo porque me joguei em um lago e permaneci escondido atrás de algumas pedras. Por isso, jurei vingança, e o mundo todo vai saber quem é Saul Hernández, o homem responsável pela destruição da nação mais poderosa do planeta.
  - Saul, aquele foi um caso isolado, nem todos os norte-americanos são como aqueles dois agentes. – tenta argumentar Kono.
  Hernández empurra a cadeira de ambas as agentes para o chão e lhes dá outro choque, causando o desmaio da moça de traços orientais. Catherine, por sua vez, sente o gosto do sangue em sua boca e vê o criminoso ajeitando duas cordas em um pedaço de madeira no alto. Elas seriam enforcadas!

- Ao meu sinal, vamos entrar juntos. Vou à frente, o túnel é bastante escuro, não sabemos se estarão nos esperando. – dá as instruções aos outros policias e à 5-0, o comandante McGarrett.
No entanto, todos são surpreendidos por um objeto vindo do céu, que começa a disparar desenfreadamente contra todos no estacionamento. Era o helicóptero pertencente aos criminosos e estava destinado a não deixar ninguém entrar no túnel. O local vira um caos. Policiais se jogam no chão e se escondem atrás de carros, enquanto tudo é destruído. 
  Chin, Danny e Grover conseguem entrar a tempo no túnel que daria acesso onde estavam Kono e Catherine, mas Steve, por estar dando as instruções, encontrava-se mais longe e acaba fugindo para dentro do shopping, pensando estar em segurança. Porém, o helicóptero invade o centro de compras e vai atrás de McGarrett, que nesse momento já está nos largos corredores fugindo dos tiros disparados.  As pessoas que passeavam abrigam-se nas lojas e é possível notar a cara de desespero incutida nelas.
  Escuta-se o som ensurdecedor das balas e de cacos de vidro estilhaçados pelo chão. Steve chega até próximo ao acesso à praça de alimentação, quando se lembra de uma granada contida em seu cinto. O agente beija o explosivo e o joga dentro do helicóptero. O piloto percebe o acontecimento e consegue saltar antes da explosão, que ocorre e provoca ainda mais destruição, queimando duas árvores próximas e interrompendo a escada rolante.
  - Nunca vai conseguir salvá-las. Uma hora dessas elas já estão enforcadas! – exclama o criminoso antes de ser baleado no peito por Steve.

  Chin, Danny e Grover estavam sozinhos no túnel, nenhum outro policial teve tempo de entrar durante a confusão com o helicóptero. Por sorte, o primeiro continha a localização exata de como chegar até o local onde estavam as duas agentes.
  Próximos do objetivo são surpreendidos por dois criminosos, que aparecem da escuridão atirando. Os agentes norte-americanos escondem-se atrás de paredes de concreto e continuam disparando. Uma bala de Danny e outra de Grover acertam em cheio os bandidos, que caem mortos.
  - Vamos continuar. Atentos, porque eles estão nos esperando. – pede Chin.
  Eles chegam até uma ampla sala, totalmente escura e com cheiro de esgoto horrível, onde avistam Kono e Catherine amarradas próximas às duas cordas nas quais elas seriam enforcas, mas ninguém por perto, provavelmente o tiroteio a alguns metros do lugar havia sido escutado e provocado a interrupção do plano. Nesse momento, uma bomba com gás de pimenta é jogada, provocando a irritação dos olhos de todos. Tiros são ouvidos e os norte-americanos abrigam-se atrás de uma espessa parede de concreto. 
  Após cerca de dez minutos de tiroteio intenso, o silêncio reina. Danny sai de sua proteção, percebe sete homens caídos no chão, todos mortos por conta de ferimentos disparados por armas da 5-0.
  - Acho que estão todos mortos. – comenta Danny.
Kono tenta avisar seu amigo, mas apenas um urro sai de sua boca amordaçada. Com isso, o agente louro não percebe a chegada de novos inimigos e leva uma coronhada na cabeça, caindo desacordado.
  - Abaixem as armas, agora! – dizem três homens com sotaque espanhol apontando para Chin e Grover. Com certeza dois deles eram Murillo e Menendez. 
  Tanto o ex-policial, como o agente negro estão abaixando as armas quando um barulho vindo do teto é ouvido e Steve McGarrett pula lá de cima, causando espanto nos criminosos. Aquilo foi a deixa para Chin e Grover atirarem em Murillo e Menendez, enquanto o ex-oficial da marinha americana baleia o outro bandido.
  A situação estava controlada. Danny acorda do seu desmaio e coloca a mão na nuca, dolorida por conta da pancada. Kono é desamarrada, claramente está desidratada e fraca. Por isso, Chin, juntamente com Grover a ajudam a sair do túnel. 
  - O nome do líder da conspiração é Saul Hernández, ele é mexicano. – fala a moça valente de traços orientais, mas vê todos pedirem para ela descansar, que depois conversariam sobre aquilo.
  Já Catherine, havia sido baleada na perna esquerda durante o tiroteio provocado após jogarem gás de pimenta e não podia caminhar.
  - Alguém terá que me carregar... – diz a bela moça de pele clara com os cabelos escuros dando um sorriso para McGarrett.
  - É mesmo? Vou pensar no seu caso. – comenta de maneira provocativa Steve, que logo em seguida a pega no colo e caminha para fora do túnel.

  - Alô? Sim, é o agente Danny Willians. Certo, estou indo para aí.
  - Algum problema, Danny? – pergunta Steve ao notar que a ligação para o celular de seu amigo havia sido feita pelo hospital.
  - Nenhum. Parece que Paul acordou!

Ao entrar no pronto-socorro, Danny pergunta para a recepcionista em qual quarto estava seu amigo e é direcionado por uma enfermeira para o local de número 42, onde estava um médico com uma prancheta na mão e Paul acordado.
- E aí, parceiro? Como você está? – pergunta o rapaz de Nova Jersey.
  - Como eu estou? Você quem foi baleado, não eu. – responde Danny com a voz bastante emocionada.
  - Ele vai ficar bem. Dentro de alguns dias terá alta, mas ficará uma semana em repouso absoluto. A bala ficou a milímetros de atingir o coração. – coloca-se no meio da conversa o médico.
  Danny dá um abraço no amigo deitado e aperta a mão do doutor. Saul Hernández, o principal líder de toda a conspiração contra os Estados Unidos e seus aliados continuava solto, mas as coisas pareciam entrar nos eixos, principalmente com a recuperação de Paul e o salvamento de Kono e Catherine. 

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