Por Luiz Felipe Longo
Steve,
Danny, Grover, Chin, Paul, Kono e Catherine aterrissaram no Aeroporto de
Ezeiza, próximo à Buenos Aires, apenas algumas horas depois dos acontecimentos
em Ciudad Del Este, onde Isabella Hernandez, mulher do procurado Saul
Hernandez, havia sido capturada, porém logo em seguida foi libertada por
guerrilheiros comandados pelo seu marido.
Os
agentes da 5-0 ficariam apenas uma hora no aeroporto antes de pegarem um novo
avião, desta vez com destino a Rosário, onde acreditavam ser o próximo alvo do
criminoso mexicano por conta que o governo da Argentina firmara uma parceria
com os Estados Unidos da América para tentar acabar com a violência naquela
cidade, assim como acontecera no Brasil.
-
Chegando a Rosário vamos precisar conversa com a polícia de lá. Espero
encontrar policiais mais honestos e menos corruptos do que aqueles no Paraguai.
Fiquei transtornado com aquilo. – comentou Steve enquanto aguardavam no salão
de embarque.
Tudo
parecia calmo demais no aeroporto. Os ocorridos recentes tinham feito toda a
equipe estar sempre alerta, porém sempre algo passa despercebido e naquele
momento, eles não teriam como evitar o que estava por vir.
Na
esteira das bagagens, inúmeras pessoas esperavam até que suas malas viessem,
aguardando de maneira ansiosa. O que elas não esperavam era uma enorme
explosão, de duração de alguns segundos, mas arrasando aquela área do aeroporto.
Homens, mulheres e crianças foram jogados no chão, sofrendo ferimentos,
enquanto tantos outros perderam suas vidas.
Steve,
Danny, Chin, Grover, Paul, Kono e Catherine encontravam-se longe dali, mas o
barulho foi audível e eles rapidamente se levantaram das confortáveis poltronas
pretas nas quais estavam sentados com a arma em punho.
-
Saul! – exclama raivosamente Grover.
Os
agentes chegam à área do aeroporto onde acontecera a explosão e cenário era
completamente de guerra. Sangue por todos os lados, no chão, nas paredes, na
esteira, pessoas caídas agonizando ou simplesmente imóveis, pedaços de metais e
muita fumaça.
-
Vejam, pregos! Provavelmente estavam na bomba. Já vimos isso na Avenida
Paulista. – comenta Catherine, relembrando o ato terrorista que tinha dado
início a toda aquela caçada ao terrorista Saul Hernandez.
Analisando
a cena de catástrofe que se formara no aeroporto, estava o chefe de polícia
local, estatura alta, cabelos de cor preta cuidadosamente aparados, óculos
escuros, barba por fazer e postura rígida. Ele chega e cumprimenta Steve,
Danny, Kono, Chin, Catherine, Grover e Paul.
-
Meu nome é Pablo Rodriguez, sou o chefe de polícia de Buenos Aires.
- Steve McGarrett, esses são Danny Willians, Chin
Ho-Kelly, Kono Kalakaua, Catherine Rollins, Lou Grover e Paul Mirror. Somos da 5-0 e
tínhamos acabado de chegar ao aeroporto quando ocorreu a explosão.
-
Saul Hernandez, não é? Esse cara está em todos os telejornais do planeta. Os
militares brasileiros nos alertaram que ele pudesse estar vindo para cá, mas
por algum motivo ele conseguiu entrar no país. Provavelmente deve ter sido por
alguma fronteira terrestre, onde a segurança é mais branda.
-
Também acreditamos nisso e agora ele está com Isabella Hernandez, sua mulher,
que o está ajudando. Segundo o que analisamos, acreditamos que ele está em
Rosário. Haverá algum evento lá por esses dias que possa gerar repercussão
mundial?
-
Ai, meu Deus!
-
O que foi, Rodriguez?
-
A final da Copa Libertadores acontece amanhã à noite lá. A América toda irá
assistir, sendo que ela é televisionada na Europa e Ásia também.
-
Precisamos que seja cancelada!
-
É impossível, é um evento muito grande. Os prejuízos financeiros e econômicos
para a Conmebol, entidade responsável pelo futebol na América do Sul, seriam
imensos. E garanto a vocês, os dirigentes dela não estão nenhum pouco com
vontade de perder esse dinheiro.
-
Vamos colocar a vida de inúmeras pessoas em risco?
-
Claro que não! Vamos tentar dar dois passos à frente, enquanto Saul der apenas
um. Vejam!
-
Temos que ir para Rosário então!
-
O serviço de inteligência da Argentina cruzou algumas informações recebidas de
polícias dos Estados Unidos, México Brasil e Paraguai a respeito de Saul Hernandez.
Várias equipes da polícia de Buenos Aires estão nas ruas cumprindo mandados de
prisão contra pessoas que possam ter ligações ao criminoso.
-
Isso já é um grande passo. Logo depois que fizemos isso no Brasil, eles tiveram
que fugir, pois toda a sua rede de ajudantes foi desestabilizada.
Paul
tinha se desligado da conversa um instante. Parecia analisar cada movimento ao
seu redor. O aeroporto estava um completo caos, mas ele podia sentir que alguém
os estava observando e conseguira perceber da onde vinham aqueles olhos
penetrantes, os quais se localizavam a metros de distância escondidos próximos
a um grupo de repórteres.
-
Chin, olhe disfarçadamente para aqueles repórteres e me diga o que você vê. –
aconselha o agente de Nova Jersey.
O
rapaz do Havaí estreita seus olhos em direção aos profissionais da imprensa,
porém mantém certa distração para que ninguém percebesse que estava fazendo
aquilo, como Paul havia aconselhado, mas ele não consegue notar nada de
diferente.
-
Não estou vendo nada.
-
Isabella Hernandez está nos observando! Ela está entre aqueles repórteres,
apenas notando cada movimento nosso.
-
Não podemos fazer nada agora. Ela sumirá em questão de segundos se descobrir
que nós conseguimos vê-la.
Algo
vindo de dentro dos dois agentes refletia um momento otimista, apesar da
situação caótica. A operação realizada pela polícia de Buenos Aires era um
passo importante, pois se tudo desse certo, mais uma rede de Saul seria
desestabilizada e ele teria que fugir do país e daquela vez, ele não escaparia
ileso.
-
Pessoal, vamos seguir com o plano e iremos para Rosário. O policial Rodriguez
irá nos escoltar juntamente com seus homens até lá. Ele disse que é mais seguro
se formos de carro, mesmo que demore bem mais. – comenta para seus companheiros
Steve, enquanto os outros estavam analisando a cena de terror. Pelas
informações divulgadas, havia doze mortos e vinte e quatro feridos.
O
caminho para Rosário estava bastante tranquilo, havia poucos carros na estrada
e o tempo nublado dava um tom de melancolia ao clima. Em um único utilitário,
todos os agentes da 5-0 permaneciam atentos a qualquer movimentação que pudesse
parecer suspeita. Mesmo sendo escoltados por dois carros policiais, um a frente
e outro atrás, essa movimentação tão temida veio.
-
Steve, aquelas duas motos não nos ultrapassam. Tem alguma coisa muito estranha.
– comenta Catherine com a preocupação evidenciada pela sua voz um pouco
trêmula.
O
comandante da 5-0 também havia notado a atitude suspeita, no entanto preferira
esperar para ver qual rumo seria tomado. Com sua amiga tendo notado também, ele
decide pegar o rádio comunicador e falar com Pablo.
-
Rodriguez, o que são essas duas motos?
-
Não tenho ideia, McGarrett. Vou falar com meus homens do carro de trás.
-
Certo, faça isso rápido.
Não
houve tempo para o chefe da polícia de Buenos Aires comunicar-se com seus
outros policiais, pois uma enorme explosão clareia o céu totalmente nublado,
ofuscando a visão dos agentes norte-americanos. O carro que fazia a escola na
parte traseira acabara de ser abatido.
-
Desgraçados, como fizeram isso? – questiona Grover.
-
Vejam só! – aponta Chin para o céu, onde um helicóptero sobrevoava o carro
preparando-se para um novo tiro.
-
Precisamos sair daqui. Eles vão nos abater! – comunica-se de maneira
desesperada Kono.
Danny
coloca a arma para fora do carro pela janela e dispara contra o meio de
transporte aéreo, porém suas balas não fazem nenhum efeito nocivo à lataria do
helicóptero.
-
Estamos totalmente encurralados. – comenta o agente oriundo de Nova Jersey.
McGarrett
pede para Pablo, através do rádio, que eles saiam da estrada, pois poderiam ser
os próximos alvos do helicóptero. No entanto, mais uma vez a informação é
tardia. Uma nova explosão acontece, desta vez na frente do utilitário dos
agentes, jogando o carro da polícia no qual estava o chefe policial Rodriguez
pelos ares.
-
Eles devem ter mais um tiro reservado para nós. – raciocina Paul.
-
Quando eu disser três, abrimos as portas e nos jogamos para o lado. – explica o
plano Steve e percebendo o olhar de espanto dos colegas. – Não temos outra
escolha, se ficarmos aqui vamos ser explodidos. Vamos lá, um, dois... Três! –
Os sete norte-americanos pulam do veículo, que instantes depois é abatido.
Alguns
arranhões no corpo, mas nada com maior gravidade. Estes foram os resultados do
arriscado pulo dado pela equipe da 5-0 para conseguir escapar da explosão
iminente, que ocorreu minutos mais tarde.
-
Todos bem? – pergunta Steve, o qual recebe respostas afirmativas.
-
Vejam, o helicóptero foi embora. – afirma Catherine colocando a mão na testa
formando uma espécie de viseira para tentar enxergar melhor.
-
É inacreditável! Eles estão em todo lugar. – fala de maneira cabisbaixa Danny,
notando que nenhum dos policiais de Buenos Aires tinha sobrevivido, nem mesmo o
chefe, Pablo Rodriguez.
-
Vou informar o distrito policial a respeito do ataque e pedirei que mandem
peritos para analisarem o local, legistas e também um carro para continuarmos
nossa missão a Rosário. – informa Steve ao pegar o celular e fazer os pedidos.
Chegando
à cidade de Rosário, os agentes da 5-0 notam que a segurança havia sido
reforçada, policiais patrulhavam as ruas com grandes armas, cães farejadores e
revistando qualquer um que parecesse suspeito. Era possível observar que o
amarelo e azul, cores do Rosário Central, tomavam conta dos prédios,
construções e casas do município.
-
As pessoas estão bem animadas com a final da Taça Libertadores. – comenta Paul
observando as bandeiras penduradas nas sacadas dos edifícios.
-
Será o primeiro título deles, é normal que estejam assim. – argumenta Grover
parecendo entender daquele esporte que até pouco tempo não era nada comum para
os americanos. – Só imagino como estão os torcedores do Newell’s, rivais deles.
McGarrett
parecia observar cada pessoa que transitava pela movimentada avenida na qual se
encontravam, sempre procurando alguém que pudesse parecer suspeito ou os
estivesse observando.
-
O que é aquilo? – pergunta o líder apontando para um rapaz vestido todo de
preto, capuz na cabeça, que com uma câmera registrava fotos dos
norte-americanos. – Ei, você, pare aí!
Sem
prestar atenção nos policiais, o meliante sai correndo pelas ruas de Rosário,
trombando com as pessoas, mas não parando um minuto sequer. Os agentes
americanos vinha logo atrás, com a arma em punho preparados para qualquer
movimento que pudesse parecer perigoso do suspeito.
Rapidamente,
um veículo sedan preto passa por ele a uma velocidade incrível, estacionando a
poucos metros de onde estava o suposto criminoso, que abre a porta, entra de
maneira ágil no carro e sai acelerando.
-
Disparem! – Grita Steve ao atirar em direção ao veículo. No entanto, é a bala
certeira de Kono que faz o pneu traseiro estourar, o carro derrapar pela rua e
acertar um dos postes de iluminação.
Os
agentes da 5-0 cercam o veículo. No banco do motorista estava Isabella
Hernández. A bela criminosa tinha um profundo corte na testa e se encontrava
completamente desacordada. Ao seu lado estava o rapaz que a poucos era perseguido,
totalmente imóvel, com a cabeça caída para o lado esquerdo.
-
Ele está morto. – comenta Chin ao buscar sentir a pulsação do criminoso. Ele
pega a carteira no bolso direito da calça jeans do rapaz e encontra a
identidade do criminoso – Fabian Gimenez, 22 anos, daqui de Rosário.
-
Chamem uma ambulância para ela. Temos algumas perguntas a fazer no hospital.
Quanto a Fabian, enviem o nome para Max e peça que ele descubra algo. – pede
Steve analisando o carro e descobrindo uma lista de nomes guardados no
porta-luvas do veículo. – Enviem esses nomes também para Max, com certeza são
parceiros de Saul.
Aos
poucos as informações foram se confirmando. Todos os nomes eram de líderes de
centros de apoio a Saul Hernandez, que a polícia de Rosário juntamente com
agentes federais e policiais de Buenos Aires, conseguiu desmantelar realizar
inúmeras operações instantâneas. A final da Copa Libertadores da América, no
entanto, seria naquela noite, e os agentes estavam em um quarto de hospital
aguardando Isabella Hernandez acordar. Não havia mais nenhuma rede de apoio ao
marido na Argentina, ele possuía poucos aliados que estavam junto a ele, mas
totalmente sem rumo.
Quando
a criminosa finalmente acorda, ela se assusta ao notar que está algemada na
maca do hospital e com todos os agentes da 5-0 à sua volta. Os hematomas por
todo seu corpo incomodam e ela sente os pontos do corte na testa.
-
Isabella, vocês estão totalmente acabados. Todas as redes de apoio a vocês
foram desmanteladas na Argentina. Você agora está presa e Saul simplesmente
desapareceu. Ele não tem para onde fugir e uma hora ou outra iremos capturá-lo.
– comenta McGarrett de maneira irônica ao mostrar em um tablet as informações a
respeito das capturas de criminosos ligados ao bandido mexicano.
-
É mentira! – exclama aos berros Isabella.
-
Felizmente é verdade. Saul está acabado! Já temos uma ideia do próximo plano
dele e se realmente for verdade, iremos matar seu marido. No entanto, você
ainda pode salvá-lo, basta nos falar onde ele se esconde para que possamos
prendê-lo.
-
Nunca! Prefiro que nós dois morramos lutando a ajudar qualquer um de vocês!
-
A gente tentou... Seria melhor até mesmo para você ter colaborado, porém
sabíamos que as coisas não seriam da maneira mais tranquila. Mesmo assim, você
continua sendo essencial!
-
Podem esquecer, não quero ajudar norte-americanos.
-
Não é questão de querer... você vai e ponto!
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