Aloha pessoal, um pouquinho mais atrasada que o de costume mas estou aqui para falar do quinto episódio da temporada. Um episódio bom com uma mensagem muito importante não só para os americanos, mas para o momento em geral no mundo todo.
Depois do resumo semanal que contou com um curta da história da prisão de Adam Noshimuri a gente é levado para a casa de Kono que está se preparando para buscar seu marido na prisão. Finalmente os dois terão a chance de estar junto sem todo o drama do atentado no dia da lua de mel e da perseguição por causa do dinheiro do pai do cara. Ufa!
A cena de Kono se vestindo é linda e a música incrível.
Adam e Kono se reúnem, ela coloca a aliança de volta no dedo dele, eles se beijam e saem para viver felizes para sempre. Até a página dois, porque a gente sabe que essa felicidade toda não vai durar para sempre não é mesmo? E essa é uma das coisas que eu estou curiosa sobre a história do Adam, porque ele sempre foi o filho do chefe da Yakuza, agora que ele não tem mais nada o que ele vai ser? Eternamente o marido de uma policial? Quero saber como os autores vão trabalhar com a reinserção dele na sociedade. Só espero que não seja voltando aos seus hábitos suspeitos anteriores. Ou ao antigo negócio da família.
Então o crime da semana acontece. Alguém dirigindo um trator modificado invade um stand de tiro ao alvo e rouba um arsenal de armas da parte dos fundos do lugar. Nas cenas que antecedem a invasão a gente pode ver um grupo de jovens posando com as armas do stand, fazendo selfies e deixando claro que eles querem exibir as armas em mãos. Tudo faz parte da mensagem que o episódio quer passar sobre o porte de armas por civis.
Depois do ataque ao stand, vemos toda a equipe confraternizando com Kono e Adam no caminhão de camarão do Kamekona, são realmente grandes cenas porque faz um tempo que a gente não os vê se divertindo juntos e muito menos sorrindo. McGarrett principalmente. Há tempos ele tem sido sério e na fronteira com a tristeza o tempo todo, então vê-lo rindo das palhaçadas do primo instrumentista de Kamekona foi bom, uma mudança de tom bem-vinda em toda a seriedade.
Mas, o celular de Steve toca no meio da diversão e eles seguem até a cena do crime para encontrar o trator parado no meio da rua, então Steve decide levar as coisas do seu próprio jeito explosivo, o diálogo entre Danny e Chin e o olhar nos olhos de Steve são ótimos:
Danny: Steve, o que você está pensando?
Nenhuma resposta.
Danny: Chin, o que você acha que ele está pensando?
Chin: Eu não sei, mas ele tem aquele olhar.
Danny: Sim, eu gosto desse olhar.
Então sutilmente como é seu costume ele joga uma granada de efeito moral dentro do trator só para descobrir que o cara já tinha fugido pela tubulação de esgoto. Fuga típica.
Ao conversar, meio ameaçadoramente, com o dono do stand, nossos rapazes descobrem que o cara tinha nos fundos do seu comércio um verdadeiro arsenal de armas muito caras e proibidas no Havaí e foi justamente isso que o bandido do trator levou.
Durante a deliberação diante da mesa inteligente no HQ eles descobrem que há um colecionador de armas, magnata aficionado por armas de fogo, expor sua riqueza e poder de fogo nas redes sociais conhecido como "Papa das armas de fogo" que pode estar muito interessado em uma das armas que o nosso bandido do trator blindado roubou. Uma metralhadora M134 Minigun que segundo Chin vale pelo menos 150 mil dólares. Eles decidem então ir atrás do cara para saber se o ladrão do blindado conseguiu vender a arma.
Mas antes de encontrar o senhor das armas de fogo, vemos que Kono e Adam não perderam tempo em aproveitar a liberdade recém adquirida. Mas Adam também precisa de um favor da esposa, ele quer encontrar a filha de um dos presos que o ajudou durante seu ano em Halawa. O preso em questão está morrendo de câncer e sua filha recusa-se em vê-lo. Ok Lenkov, nós entendemos o que você está tentando fazer, você está querendo que tenhamos certeza que Adam é realmente do time dos bonzinhos. Não deixa de ser uma atitude nobre, mas foi realmente pensado para conquistar nossos corações.
Então Lou e Steve vão até a mansão de McConnel, o Papa das armas e Lou fala algumas das suas linhas mais divertidas de todos os tempos na série:
A porta está aberta.
Odeio quando a porta está aberta.
Nada de bom acontece quando a porta está aberta. (Grover, Lou)
E o mais legal dessa fala é que ela foi improvisada, não estava no script. Eu amo o Grover e ele e Steve formam sempre uma ótima dupla.
Mas a visita serviu apenas para mostrar a casa do cara que parece um quartel de guerra, armas em cristaleiras, prateleiras, espalhadas por todo o lado e também para mostrar que o Papa das armas foi morto com a metralhadora que ele tanto queria.
De volta ao HQ, eles descobrem que o assassino postou uma foto do ricaço morto nas suas redes sociais fazendo campanha anti-armas e depois desligou o celular para não ser rastreado, mas ele não contava com o reflexo nos óculos escuros da sua vítima.
Então Steve e Danny vão até um grupo de apoio especializado em pessoas que perderam entes queridos vítimas de armas de fogo para saber se o líder do grupo reconhece o atirador que aparece no reflexo dos óculos do cara morto. E ele reconhece. O nome do cara é Marvin e ele participou sim, algumas vezes do grupo e apenas disse que perdeu alguém querido mas não se abriu muito.
O drama da mulher chorando durante a sessão, descrevendo como sua filha foi morta pelo amante violento, serve para corroborar a intenção do episódio de mostrar que talvez a liberação das armas de fogo para a população em geral não seja uma boa ideia.
Depois de falar com o pessoal do grupo de apoio, Danny e Steve estão à caminho da casa de Marvin, que descobre-se que é um nome falso, mas que tem um endereço verdadeiro. Quando Steve fala sobre proteger os possíveis próximos alvos de Marvin, Lou disse que eles recusaram a proteção por dizerem que suas armas são sua proteção. Mais uma forma do capítulo mostrar como é complicada a relação entre civil e arma de fogo. E isso é a deixa para que o cargument do capítulo comece, Danny defendendo que apenas profissionais capacitados portem armas e Steve irredutível em relação ao direito que todo cidadão tem de andar armado. Eles brigam como sempre, Danny diz que Steve deve dormir com uma arma, que ele ama armas ao ponto de casar com elas e Steve diz que é utopia esperar que o desarmamento acabe com a violência e que o dia que isso acontecer eles podem ir todos trabalhar em seus pôneis. Duas crianças birrentas. Que a gente ama.
Eu admito que ambos tem bons pontos, eu não acho que cidadãos comuns tenham capacidade de usar uma arma como deve ser, mas também não acho que toda polícia do mundo consiga neutralizar todos os bandidos à ponto da população sentir-se segura em qualquer circunstância.
Depois desse desenvolvimento sobre o caso, vemos Adam tentando convencer a filha do seu companheiro de cadeia a falar com o pai. É óbvio que ele não vai ter sucesso logo de cara, mas de alguma forma a gente sabe que no final tudo vai se encaixar não é?
Então depois que a moça bate a porta da cara de Adam, os Five-0 descobrem que Marvin não está em casa, mas sim na suprema côrte do Havaí fazendo reféns os juízes que votaram sobre liberação de mais armas no estado ensolarado. Aparentemente mesmo que a segunda emenda americana permita porte de armas para cidadãos comuns, cada estado tem sua própria lei sobre cada tipo de arma autorizada e esses juízes em questão votaram algumas liberações e Marvin decidiu usá-los para passar sua mensagem.
Descobre-se que o nome real de Marvin é Kyle Kane e que o motivo de todo o estardalhaço é fato de que seu filho estava envolvido em um tiroteio num shopping em Virginia dois anos antes. O garoto matou seis colegas e feriu outros 12. Então Kane exige uma equipe de TV para passar a sua mensagem.
Então Kono, que teve sua folga revogada rs, e Grover entram no tribunal disfarçados como repórter e câmera. A gente pode pensar que Kono disfarçada pela milésima vez funcionou nesse caso porque o criminoso não é do Havaí então não conhece Five-0, porque convenhamos que eles não mantém exatamente um perfil baixo para poder fazer trabalho encoberto o tempo todo.
A coisa não funciona muito bem, porque um dos juízes que tem uma arma escondida na perna resolve dar uma de herói, mas Kane percebe e atira no cara. Mais uma mensagem do episódio, se você não é um profissional capacitado e treinado para usar uma arma, provavelmente você vai estragar tudo no momento da pressão de realmente ter que usá-la. Isso prova o ponto novamente de que civis e armas de fogo não funcionam tão bem como as pessoas acham.
Kane descobre então que Kono e Grover são policiais e eles acabam entre os reféns. Então Steve decide invadir o local com a equipe da SWAT, Danny é completamente contra, ele acha que usar a violência nesse caso não vai resolver as coisas, vai somente gerar mais feridos, mas McGarrett não escuta e se posiciona para invadir, mas então Danny consegue alguns momentos de conversa com Kane.
Ele usa toda sua persuasão de pai, conversa com o cara, mostra que ele realmente entende sua posição, que ele compartilha do desejo pelo desarmamento civil e com uma conversa tocante convence o cara a se entregar. É a segunda vez nessa temporada que Danny mostra para Steve que a violência nem sempre é a resposta.
Ás vezes a falação desenfreada de Danny me irrita. Tem hora que a reclamação dele é sem propósito e apenas para atormentar o parceiro, mas nesse episódio a sua boca grande foi decisiva. Ele usou maravilhosamente bem os seus argumentos e mostrou porque ele é um detetive e um policial tão bom. Steve reconhece isso. Danny é o cara que apesar da sua chatice constante mantém McGarrett com os pés no chão. O cara não teve treinamento policial, teve treinamento nas forças armadas, esteve em conflitos armados que seus colegas não fazem ideia mas ele não tem a sutileza de enxergar além da necessidade de atirar e perguntar depois.
Não foi um episódio épico, mas valeu muito a pena pela mensagem. A mensagem sobre o desarmamento, sobre as tragédias que se abateram e se abatem com frequência sob o povo americano através dos civis que podem comprar armas livremente, mas a principal mensagem é a de menos violência, mais conversa, mais compreensão, mais colocar-se no lugar do outro e no momento atual do mundo é uma mensagem extremamente válida e muito incrível vir de uma série americana.
No final também vimos a filha do amigo de prisão de Adam dar uma chance ao pai. Uma cena doce para coroar um episódio com uma mensagem clara por mais humanidade. Adam fez muito bem em seu primeiro dia fora da prisão. Pelo amor de Kono que ele continue assim rs.
Amei Danny nesse episódio e Steve me pareceu grosseiro demais em alguns momentos. Mas no geral foi um episódio muito bom. Valeu a pena meu tempo.
Nota: 9,0
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