Por Luiz Felipe Longo
-
Alguma informação nova a respeito desse grupo “África Unida”? – questiona Danny
ao telefone com um responsável pelo departamento de segurança dos Estados
Unidos, porém o agente da 5-0 havia recebido uma negativa.
Os acontecimentos com o avião onde
estavam Steve e Catherine deixaram todo o território norte-americano em alerta
sobre um grupo terrorista emergindo justamente em meio a queda de Saul
Hernández, um dos homens mais procurados do planeta que havia sido morto pela
força tarefa da 5-0.
- Eles mudaram as táticas de ação.
Ficavam restritas à África, apenas com sequestros de estrangeiros, resgates
milionários, tráfico de órgãos. Uma explosão de avião não parece algo do tipo.
– comenta Kono analisando todas as informações encontradas a respeito do grupo
o qual participava Zwanga.
- Vou pedir informações para o
governo de algumas nações africanas, quem sabe eles não possam nos dar uma
lista com nomes e checamos para ver se algum deles aterrissou nos Estados
Unidos recentemente. – manifesta-se Catherine ao pegar o telefone e discar
rapidamente.
Enquanto isso, ao lado de fora do
prédio que é sede da 5-0, Steve estava pensativo. Queria ter tirado férias,
precisava de um descanso após o desgastante processo de caça ao procurado Saul.
De repente, sua tranquilidade é interrompida por um telefonema de Chin, que
estava visivelmente preocupado ao outro lado da linha.
- Steve, preciso de você no
necrotério, agora.
O comandante da 5-0 tinha saído
rapidamente de carro e chegado ao necrotério, onde Chin o aguardava com certa
impaciência e também aparentando nervosismo.
- E aí, o que houve? – questiona
McGarrett percebendo a apreensão no olhar do amigo.
- Siga-me.
Os dois então entram em uma das
salas do necrotério e em uma das macas estava o corpo de Zwanga. Até ali, Steve
não sabia o que havia de tanta urgência no chamado de Chin, afinal, o
terrorista havia sido morto no memorial de Pearl Harbor. Foi então que notou
uma marca na altura das costelas do morto.
- É uma marca de identificação. –
fala o comandante da 5-0, nitidamente surpreso com aquilo.
- Exatamente. Procurei nos bancos de
dados algo semelhante relacionado ao “África Unida”, mas não encontrei nada.
Essa marca significa que ele pertence a algum grupo.
- Ou a alguém. É comum em países
pobres ainda vermos escravos...Chin, alguém está recrutando pessoas para uma
causa própria e as forçando a agir.
O desfecho chegado por McGarrett
ficou evidente quando o mesmo recebeu um telefonema de Catherine contando a
respeito da pesquisa com governos africanos a respeito do “África Unida”. Boa
parte dos guerrilheiros havia sido dizimado e o restante foi escravizado por
outros grupos.
- Com certeza um dos grupos está
fazendo uma espécie de “lavagem cerebral” no que resta do “África Unida” para
atacar grandes nações do planeta. – comentou Steve.
- Chequei algumas informações e uma
mulher desembarcou com Zwanga, a irmã dele, Nieza Zwanga. Ela está instalada em
uma pousada a alguns quilômetros de onde vocês estão. Vou mandar o endereço.
Steve e Chin saíram rapidamente em
um veículo, cortando o trânsito e acelerando para chegar ao destino enviado
pela agente. Ao chegarem, perguntaram por Nieza à recepcionista, que apontou o
quarto de número cinco.
- Nieza Zwanga, abra a porta, 5-0! –
gritou o comandante da força tarefa, que não obteve resposta.
Os dois agentes arrombaram a porta a
ponto de verem a mulher de estatura mediana, tranças nos cabelos pulando pela
janela e disparando contra eles enquanto caía no chão e saía correndo. Steve e
Chin foram atrás dela e iniciaram uma perseguição.
- Chin, vá pelo outro lado, ela não
tem saída!
Ao se separarem, a moça africana
achou que tinha conseguido despistar os norte-americanos, mas acabou percebendo
que havia se enganado quando terminou de frente para uma parede e com Chin e
Steve apontando uma arma.
- Perdeu, Nieza. Vamos conosco,
temos algumas perguntas. – ordenou Steve.
Na sede da 5-0, Danny acabara de
receber uma lista com os nomes de todos os integrantes do “África Unida” que os
governos africanos tinham registro. Após uma checagem junto com Grover, os dois
riscaram boa parte deles por estarem mortos e entregaram os nomes que haviam
sobrado para Kono e Catherine que interrogavam Nieza, a qual se recusara a
falar com Steve e Chin por serem homens.
- Qual a ligação de você e Yera com
o “África Unida”? – pergunta Catherine.
- A “África Unida” é uma família
para a gente. Uma família que foi destruída por mercenários. – explica Nieza
com os olhos cheios de lágrimas.
- Que mercenários?
- Forças do governo aliadas com
outros grupos extremistas, que dizimaram nossos membros e escravizaram aqueles
que não morreram.
- Você está dizendo então que é uma
escrava?
- Exatamente. Fui escravizada por
outro grupo extremista, que me obrigou a vir para o Havaí praticar atos
terroristas. Eu e Yera.
- Ah ta, vocês foram obrigados a
praticar atos terroristas. Como espera que acreditemos nisso? – questiona Kono
sem deixar transparecer que realmente achava que a mulher dizia a verdade. –
Você atirou nos nossos amigos!
- A lavagem cerebral feita por eles
é imensa. Fui capturada a menos tempo, talvez por isso não tenham conseguido me
dominar totalmente. Yera estava completamente obcecado em destruir os Estados
Unidos. Eles transmitem a imagem que os norte-americanos são inimigos,
exploradores. Não só eles, como também a maior parte das nações do planeta.
- Eles quem? – indaga Catherine.
- Os “Cavaleiros das Trevas”.
O nome era bem sugestivo e causou
arrepios em Kono apenas ao ser pronunciado. Rapidamente, ela envia uma mensagem
para Chin e pede para que procure maiores informações a respeito.
- Você foi muito bem, Nieza. –
agradece Catherine.
- Por favor, me protejam! – pede a
somali, que carregava o medo estampado em sua face.
As duas agentes norte-americanas
saem correndo da sala de interrogatório. Chin já possuía novas informações. O grupo
“Cavaleiros das Trevas” era atuante em todo continente africano e tinha se
expandido ao longo dos anos, principalmente devido à exploração de pedras
preciosas, dominação de grupos rivais, tráfico de pessoas e órgãos.
- Atentados terroristas também não
parece o perfil deles. – comenta Grover que analisava as informações
encontradas por Chin.
- O líder do grupo atende pelo nome
de Terik Ababouá e vejam, passou um tempo na Síria para “estudos do mestrado”.
– transmite a mensagem Catherine.
- Treinou com extremistas islâmicos.
Com certeza foi feita lavagem cerebral nele e agora ele transmite isso para
outras pessoas na África. – comenta Steve tentando raciocinar a respeito
daqueles acontecimentos. – Alguma informação a respeito dos nomes da lista?
- Ainda estamos analisando listas.
Não possuem registro no nosso banco de dados, estamos checando em bancos
africanos e também com a Interpol. – responde Danny.
- E quanto a Nieza, o que faremos
com ela? – pergunta Kono.
- Vamos deixa-la sob custódia aqui. Não
temos grandes informações sobre os “Cavaleiros das Trevas”, podem estar só
querendo um pouco de mídia, como podem realmente estar querendo explodir os
Estados Unidos. – indagou o comandante da força-tarefa.
Nesse momento, os agentes
norte-americanos são interrompidos pelo barulho do “quicar” de uma espécie de
recipiente no chão. Algo semelhante a uma lata de refrigerante havia sido
jogado pela janela.
- Tampem a respiração! – exclama
Steve ao perceber que aquele objeto emitia uma fumaça de coloração amarelada.
No entanto, era tarde demais para qualquer orientação. O comandante, juntamente
de Danny, Chin, Grover, Kono e Catherine caem desacordados no chão. Com isso,
eles nem tiveram ciência dos acontecimentos que se sucederam até acordarem.
Duas horas após o ocorrido, os
agentes conseguem se acordar, mas ainda estavam sob o efeito da fumaça. A
cabeça latejava e eles mal conseguiam abrir os olhos. Mesmo assim, Danny teve
forças suficientes para ir até a sala onde Nieza estava sob custódia. Ao
chegar, viu a africana já sem vida com um tiro na cabeça.
- Pessoal, Nieza foi executada. –
comenta o detetive.
- Todos os dados referentes aos
“Cavaleiros das Trevas” foram apagados. Não temos mais nada, nem mesmo imagens
do circuito de segurança.
- São profissionais, não estão para
brincadeira, mas não entendo porque se arriscarem dessa forma para matar Nieza
e apagar os dados. – diz Grover.
- Entrar aqui, deixar seis agentes
muito bem treinados totalmente desacordados, matar uma suspeita sob custódia,
apagar todos os dados do nosso computador é um recado claro aos Estados Unidos:
Não podemos subestimá-los! – argumenta Catherine tentando entender aquela
situação.
- Não vamos. É hora de caçá-los! – exclama Steve.
Nenhum comentário:
Postar um comentário