Hawaii Five-0 Brasil 2x01: Operação Ponte Aérea


Por Luiz Felipe Longo

O sol brilhava de uma maneira irradiante ao lado de fora do Aeroporto de Honolulu. Após os acontecimentos na América do Sul e a caçada ao criminoso Saul Hernández, que terminou na cidade argentina de Rosário, os agentes Steve McGarrett e Catherine Rollins decidiram tirar um tempo de férias e passariam dez dias visitando o Japão.
- Você acha mesmo que essas férias são necessárias? – questiona Catherine enquanto acerta uma pesada mochila que levava nas costas.
- Por que não seriam? Você levou um tiro, quero que descanse um pouco e recarregue as energias. Quem melhor poderia fazer isso a você do que o povo japonês? – responde com uma nova pergunta McGarrett.
Catherine até fez menção de responder, mas o alto-falante do aeroporto anunciara o voo deles e eles iriam embarcar. Teriam algo em torno de dez horas dentro do avião pela frente, poderiam colocar a conversa em dia, fazer ainda mais planos para a viagem e dormir um pouco também.
O avião era grande, possuía duas poltronas em cada lateral e ainda outras três no meio. Também era possível assistir à televisão em aparelhos acoplados aos assentos, tudo para garantir a melhor comodidade. Steve e Cath procuraram seus assentos e se acomodaram, deixando as mochilas na parte superior.
- Agora só relaxe. – pediu McGarrett colocando as mãos na cabeça e fechando os olhos.
- Desculpa, Steve, mas não dá! Parece que a todo lugar que eu olho estou vendo um criminoso prestes a atacar. – comenta Cath visivelmente impaciente e olhando a todo momento para seus vizinhos.
- Já te disse que isso é normal para quem acabou de levar um tiro há algumas semanas. É preciso ter algo em mente para relaxar e esquecer tudo, por isso estamos indo ao Japão.
Cath então se acomoda de uma maneira que deita no peito de Steve e rapidamente cai no sono, sequer percebe o momento da decolagem e um leve solavanco que a aeronave dá. O agente comemora a sorte que teve na companheira dormir, afinal, ela tinha muito medo de avião e aquele pequeno solavanco poderia ser o suficiente para deixá-la ainda mais em pânico do que já estava.
Uma comissária de bordo passa servindo algumas bebidas e Steve aceita um copo de refrigerante. Ao lado do agente, um rapaz mexia freneticamente em um dispositivo tecnológico semelhante a um celular, mas que parecia rústico demais para ser um.
- Uau, você é Steve McGarrett! Cara, eu sou seu fã! – comenta um garoto franzino, não devendo ter mais de 1.70m, franja na testa, gorro na cabeça, calças largas, tênis all star e uma camiseta com uma dinamite desenhada.
O agente da 5-0 leva um susto com o grito do menino, deixando derramar um pouco de Coca na camisa. Por sorte, Catherine já havia se mexido e dormia encostada à janela do avião.
- Sim, sou eu! Nossa, que susto hein, rapaz! – comentou Steve enquanto pegava uma pequena toalha e perguntava o nome do garoto, que respondera chamar Morgan e se apresentara como um grande admirador do trabalho da 5-0.
- Não me diga que ao seu lado é a agente Catherine Rollins! Não é possível, dei a sorte de estar no mesmo voo que a força-tarefa da 5-0. Onde estão os outros?
- Não vieram, não estamos a trabalho, apenas passeando.
- Que orgulho! A gente podia dar um rolê no Japão, o que acha?
Steve estava ficando incomodado com a proximidade a intimidade que Morgan estava tendo. O garoto tinha a impressão de que conhecia o agente há bastante tempo, sentimento não compartilhado por McGarrett.
- É que faremos apenas uma escala no Japão. Vamos para a Europa depois. – comentou Steve.
- Tudo bem. De qualquer forma, foi uma honra te conhecer. Mande um abraço a todos.
Tudo aquilo parecia muito estranho para McGarrett e, repentinamente, um senso próprio de policial martelou em sua cabeça, como se algo parecido com um radar tivesse sido ativado. Com Morgan conversando com ele, o agente não havia percebido que o outro rapaz ao lado havia deixado a poltrona, ficado pouco mais de um minuto no banheiro e voltado, sem o dispositivo tecnológico.
Steve decidiu ir ao banheiro apenas para tirar da cabeça que algo ruim poderia estar ocorrendo. Eles estavam de férias e era preciso relaxar. Fazia apenas algumas semanas que terminara uma caçada extremamente cansativa e ninguém estava preparado para outra.
Ao entrar no banheiro e fechar a porta, Steve não notou nada de errado. Checou algumas partes que pudessem conter algo suspeito, mas nada foi encontrado. No entanto, um leve pio insistia em ficar no ouvido e o estava deixando louco. Teve então a ideia de fazer algo que achara extremamente nojento, mas necessário. Colocou a mão dentro do vaso sanitário e apalpou um dispositivo retangular. Com certa delicadeza, retirou-o e pôde ver de maneira mais clara. Havia um visor que marcava 30 minutos restantes, depois disso, aconteceria a explosão.
Sem ter muita saída, Steve decidiu colocar aquele dispositivo no bolso e saiu do banheiro com o objetivo de avisar o piloto. Ao bater na cabine, o copiloto, um homem de mais ou menos 40 anos, cabelos pretos e bigode meticulosamente aparado, abriu, o agente mostrou um distintivo e foi liberado.
- O que o traz aqui, comandante McGarrett? – Questiona o copiloto que tinha em seu uniforme o sobrenome Garcia bordado e estava sentado ao lado do piloto, um homem mais velho, calvo e com o nome Johnson na camisa.
- Encontrei isso no banheiro. Com certeza é um explosivo e temos menos de trinta minutos para tentarmos acabar com ele. Precisamos pousar esse avião, agora!
- Estamos em cima do oceano, se não encontrarmos alguma ilha, será muito difícil pousar sobre a água.
- Quanto tempo para retornarmos para Honolulu?
- Algo em torno de 25 minutos, podemos tentar fazer mais rápido ou podemos demorar mais, será um risco que iremos correr.
- Não temos outra opção.
O piloto e o copiloto se entreolham e assentem com a cabeça, rapidamente dando o comando para a torre fornecer as coordenadas, pois tinham tido um problema no voo e estariam retornando, pedindo para que o esquadrão antibombas também fosse chamado. Enquanto isso, Steve abre a porta da cabine para retornar ao seu assento, mas é surpreendido com um homem a sua frente apontando uma arma para o agente. Ele tinha os cabelos raspados, estatura alta, pele negra e porte físico musculoso. Era o rapaz que mexia freneticamente no dispositivo no banco ao lado. Os outros passageiros estampavam o medo nos rostos.
- Ora, ora, parece que Steve McGarrett está preocupado com a bomba que eu deixei no banheiro. Vocês não vão conseguir retornar a Honolulu a tempo. – comenta o criminoso que se apresentou com o nome de Yera Zwanga.
No entanto, antes que o bandido pudesse pensar em algo, McGarrett pulou contra o homem negro, fazendo ambos caírem no chão e a arma escorregar para o lado. O ex-membro da marinha norte-americana defere um soco no rosto de Zwanga, que responde com uma chave de perna, porém Steve é ágil, consegue se desvencilhar e pega a arma pronto para atirar.
- Não ouse atirar! – grita Morgan que está vindo de outra parte do avião com Catherine como refém e uma arma apontada para a cabeça da moça.
- Desgraçado! Não a machuque! – pede Steve, que acaba levantando as mãos para o alto em sinal de rendição. Porém, ele percebe uma mensagem sendo transmitida por Cath através do olhar e antes que pudesse fazer qualquer coisa, vê a companheira realizando um rápido movimento, deixando o bandido no chão e o apontando a arma.
- Parece que alguém perdeu. – comenta a bela moça de cabelos escuros.
Em terra firme, Danny estava sentado em seu escritório quando recebeu um aviso de que o esquadrão antibombas havia sido chamado para o aeroporto de Honolulu e um avião estava retornando.
- Galera, venham ver isso. É o avião que o Steve e a Catherine estão. – grita Danny ao chamar Kono, Chin e Grover que também estavam em suas respectivas salas. – Aparentemente é uma ameaça de bomba!
Os agentes da 5-0 entram em carros e se deslocam para o aeroporto para averiguar a situação. A caminho, Danny recebe uma mensagem no celular vindo de um número pertencente a Steve, no qual ele pedia investigações sobre Yera Zwanga e Johnny Morgan.
- Devem ser os terroristas do avião. – supõe Kono já pegando o tablet e procurando os nomes solicitados pelo chefe. – Morgan tem apenas pequenos delitos, como depredação de patrimônio público e furtos. Zwanga não tem ficha criminal nos Estados Unidos, chegou há uma semana em Honolulu. Ele é somali.
- Ligações com grupos terroristas? – questiona Chin.
- Vou acessar a lista da Interpol. Só um minuto. Bom, a ficha dele na Interpol é bem extensa. É um dos homens mais procurados da Somália, militante do grupo terrorista “África Unida”, acusado de atentados pelo continente.
- Conheço esse grupo. Uma vez quando estive na África do Sul, fui orientado a não ficar sozinho em determinados locais pois membros do “África Unida” sequestravam estrangeiros exigindo resgates milionários. – comentou Grover.
- Não há qualquer menção a ataques terroristas em outros continentes. Será que eles estão ficando mais fortes? – pergunta Kono claramente preocupada com as informações que pipocavam na tela do tablet.

Catherine estava na cabine conversando com o piloto, enquanto Steve vigiava os dois criminosos sentados nos bancos. Zwanga tinha um corte profundo próximo ao olho esquerdo, enquanto Morgan a todo momento queixava-se de uma dor nas costas.
- Estados Islâmico? Al Qaeda? Al Shabbab? Taliban? São apenas lobos solitários? Quem são vocês? – Questiona a todo momento McGarrett sem tirar os olhos dos dois bandidos, que se recusam a responder e permanecem todo o caminho em silêncio.
O comandante da 5-0 é interrompido por Johnson que tinha uma voz bastante preocupada. O piloto explica que fariam o pouso em Honolulu em 5 minutos, depois até ser feita a evacuação dos passageiros, demorará alguns minutos. Acho que o esquadrão antibombas não terá tempo para agir.
- O senhor quer dizer que independente do que façamos a explosão irá ocorrer? – pergunta Steve ao passar a mão na cabeça em clara demonstração de preocupação.
- Infelizmente, receio que sim.
- Quais são as opções?
- Vou pedir autorização para pousar em uma pista de pouso em alguma área afastada da cidade e solicitarei que o esquadrão antibombas seja deslocado para lá. Não podemos correr o risco de ter danos colaterais.
- Está certo. Faça isso!

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