Hawaii Five-0 Brasil 2x04: Operação Nova York


Por Luiz Felipe Longo
O sol brilhava no ponto mais alto do céu. Era verão nos Estados Unidos e o Central Park, em Nova York, estava completamente lotado de pessoas, que brincavam com crianças, seus animais de estimação e aproveitavam o calor. Sentado, encostado a uma árvore afastada das demais, estava um rapaz de pouco mais de 30 anos, cabelos meticulosamente aparados, barba feita, pele queimada pela ação dos raios ultravioletas. Ele lia um livro enquanto ouvia música com fones de ouvido.
Sem conseguir escutar nada que acontecesse ao seu redor, o homem não percebe a aproximação de um estranho vindo por trás. Ele possuía alta estatura, fortes músculos e vestia uma calça jeans surrada, camiseta colada ao corpo, óculos escuros e boné para que não pudesse ser identificado.
Por se tratar de uma área afastada do parque, sem a circulação de tantas pessoas, o rapaz que vestia boné se aproveitou. Chegou por trás do outro o qual estava lendo e lhe colocou uma corda no pescoço. O homem de pouco mais de 30 anos até tentou reagir, mas em questão de poucos segundos estava completamente imóvel. No livro, que havia se fechado, o assassino colocou um bilhete na primeira página e saiu rapidamente do lugar.

- É melhor ter um bom motivo para me acordar tão cedo em um domingo. – comenta Danny em direção a Steve ao entrar na sede da 5-0.
- Um motivo urgente, isso sim. Kono, Chin e Grover já estão vindo também. Surpreendentemente, só Catherine chegou antes de você.
Quando os outros três agentes chegaram, McGarrett pediu que todos se sentassem. Rapidamente, puxou algumas imagens através do teclado do computador e as colocou em alta definição na tela.
- Senhoras e senhores, este é Jamie Walker, investigador do FBI morto na tarde de ontem em pleno Central Park. O mais surpreendente é que ele se encontrava em uma área sem grande movimentação, por isso ninguém viu o que aconteceu.
- Alguma câmera de vídeo? – perguntou Grover.
- Sim, vou chegar lá. Aparentemente, Walker foi enforcado com uma corda, deixada ao lado do seu corpo. Não há digitais, o assassino se precaveu quanto a isso, porém deixou uma mensagem bastante direta para nós.
Ao abrir a imagem para que ela ficasse visível a todos, os agentes ficaram bastante surpresos com o que viram. Em letras garrafais, estava escrito: “Ninguém pode nos parar, nem mesmo a 5-0”.
- Alguma digital no papel? – questionou Chin, mas ele obteve resposta negativa do comandante.
- Para nossa sorte, identificamos o assassino por imagens do circuito de segurança. O nome dele é Daniel Kuzmanovic, imigrante de origem sérvia, está nos Estados Unidos há quatro anos. Entrou legalmente no país e não possui antecedentes. – comentou Steve.
- O que me causa espanto é nosso nome aparecer no papel. Não possuímos sedes em Nova York, porque estaríamos envolvidos com isso? – pergunta Danny, não conseguindo entender a ligação do crime.
- É isso que vamos descobrir. Arrumem as malas, vamos para Nova York!

Chegando na metrópole, os agentes da 5-0 foram recebidos por um homem negro, careca, estatura mediana e bastante elegante, o qual vestia impecável terno cinza e gravata de cor escura.
- Muito prazer, sou Michael Kein, investigador do caso de Jamie Walker. Ouvi falar coisas excelentes de vocês, principalmente pelo que estão fazendo no Havaí. – apresentou-se o homem.
- O prazer é todo nosso, senhor Kein. Já sabem alguma coisa a respeito do assassino? – responde Steve, já emendando a pergunta logo em sequência.
- Infelizmente não. Checamos o endereço cadastrado, mas o apartamento estava vazio. Aliás, aparentemente ninguém vai àquela residência há algum tempo. Recolhemos alguns computadores e estão sendo analisados.
O investigador de Nova York então guia os agentes até um moderno prédio, no qual eles se hospedariam e também poderiam fazer todas as pesquisas necessárias para a investigação, visto que havia tecnologia bastante avançada.
- Uau, eles nos deram o que têm de melhor. – comentou Grover, claramente surpreso com a aparelhagem que estava à frente deles.
- Não vamos perder tempo. Kono, Catherine e Chin, vocês vão até o Central Park analisar a cena do crime. Danny e Grover, vocês vem comigo, vamos ao laboratório analisar o papel encontrado e depois daremos uma olhada no apartamento de Kuzmanovic. – dá as ordens Steve.
Todos saem rapidamente para os locais indicados. Ao chegarem no laboratório, Danny, Grover e Steve notam que Michael Kein estava conversando com um dos peritos ali e questionam o investigador a respeito.
- Vocês vão querer ver isso. – afirma Kein, preocupado com o que acabara de ouvir, mas sem deixar transparecer seu nervosismo.
Assim que o investigador de Nova York mostra a tela de um dos computadores para os agentes da 5-0, McGarrett rapidamente saca o celular e disca para Catherine. Era possível ver dez nomes em uma lista, na qual Jamie Walker era o último e o próprio McGarrett encabeçava. Também apareciam Danny, Grover, Catherine, Chin, Kono, Michael Kein, Matthew Parolo, que era chefe de segurança da polícia de Nova York, e Anthony Morgan, responsável pela segurança do prefeito nova iorquino.
- Catherine, achamos uma lista com nomes de possíveis alvos e seus respectivos endereços. Jamie Walker era o último, o nono é Matthew Parolo, ele está próximo de onde vocês estão. Vou enviar a localização. – comenta Steve, claramente afobado com o que estava acontecendo.
A agente recebe a mensagem do comandante com a localização e também uma foto de Parolo e vai junto de Kono e Chin para o lugar. Quando finalmente chegam, é uma lanchonete que estava em seu horário de pico, totalmente lotada.
- Como vamos achar Kuzmanovic e Parolo aqui? – pergunta Chin, procurando estar atento a qualquer movimentação suspeita que pudesse acontecer.
Nesse momento, no canto oposto em que eles estavam, um barulho atípico faz toda a lanchonete se virar. Então, os agentes veem um rapaz caindo da cadeira onde estava, com a boca espumando e o corpo suando. Mas, Chin não olha e percebe outro homem saindo sorrateiramente do estabelecimento.
- Kuzmanovic, pare! – berra o agente da 5-0, enquanto suas companheiras vão ajudar Parolo e pedem uma ambulância o mais rápido possível.
O suspeito sai correndo por entre os pedestres e Chin sai logo atrás dele. Os dois vão se esquivando das pessoas que estão em direção oposta, muitas vezes esbarrando. Kuzmanovic vira em um beco e o agente da 5-0 vira junto. O sérvio percebe que não tem saída, apenas uma grade e teria que pulá-la. Ele até tenta, mas acaba impedido por Chin, o qual pula e consegue imobilizar o rapaz, apontando-lhe a arma.
- Vamos ter uma conversa, seu desgraçado!
Os três membros da 5-0 envolvidos na prisão de Kuzmanovic chegam até o centro onde estavam Steve, Danny e Grover, colocam o suspeito em sala para interrogatório e são questionados pelo líder da força-tarefa sobre o estado de saúde de Parolo.
- Aparentemente, ele foi envenenado com chumbinho. Os médicos estão fazendo o possível para salvá-lo, acreditam que as chances são boas. Disseram que se tivéssemos demorado um pouco mais, ele teria morrido. – comenta Kono ao lembrar da cena de Parolo caído com a boca espumando na lanchonete.
- Nossos nomes estavam na lista. Somos alvos de Kuzmanovic e, provavelmente, seus amigos. – afirma Grover, não deixando de esconder o medo contido na voz.
Steve e Danny estavam dentro da sala com o objetivo de interrogar Kuzmanovic, porém o sérvio parecia decidido a não dar nenhuma informação relevante e tentava apenas conversar em seu idioma.
- Presta atenção, se você não falar no nosso idioma, juro que corto sua língua. – diz em tom ameaçador McGarrett. Só que o criminoso não se importou com as ameaças e continuou em silêncio.
- Sério, companheiro, ele realmente vai cortar sua língua. Responda logo, por que nossos nomes estavam na lista? – questiona Danny.
Kuzmanovic estava cético. Não iria responder nenhuma pergunta, até que notou que Steve havia deixado a sala e depois de alguns minutos retornou com uma espécie de maleta de ferramentas. Dela, retirou um alicate.
- Não vai falar mesmo, irmão? – perguntou o comandante.
O suor escorreu da testa do criminoso ao sentir a mão de McGarrett segurar a cabeça e puxar a língua para fora. Kuzmanovic emitiu um grunhido desesperado, mas o comandante pareceu não se importar, chegou a colocar o alicate próximo à boca, foi então que os grunhidos aumentaram.
- Eu falo, eu falo! Pelo amor de Deus, não corte minha língua. – pediu desesperadamente o criminoso.
- Por que estávamos na lista? – questiona com rispidez McGarrett.
- Eu não sei, juro que não sei. Sou um soldado, sou contratado para matar. Apenas faço meu trabalho.
- Soldado de quem?
- Cavaleiros das Trevas. Eles estão financiando pessoas para fazerem o trabalho sujo até que consigam ter um efetivo para as missões.
- Quer dizer que os Cavaleiros das Trevas estão recrutando soldados?
- Exatamente.
- Isso não faz sentido algum. Pra que gastar dinheiro e não apenas esperar ter efetivo suficiente? – pergunta Danny, que parecia não acreditar nas palavras proferidas por Kuzmanovic.
- Eles querem causar o pânico, mostrar que o sistema está vulnerável mesmo com um grupo terrorista ainda em formação.
Steve e Danny decidem se retirar da sala, estavam achando que o criminoso fornecia as informações muito facilmente. Eles conversam por alguns instantes e retornam ao interrogatório.
- Por que nos entregar as informações tão facilmente? Por que confiaríamos em um criminoso mercenário? – questiona McGarrett.
- Qual é, vocês viram o que aconteceu com Nieza, vocês foram todos apagados de uma maneira tão fácil. Quem não cumpre a missão dada, acaba morto.
- Você conhece Nieza?
- Eu executei Nieza e tinha que executar as dez pessoas da lista, incluindo vocês da lista. Como não cumpri minha missão, eles vão me caçar. Quero proteção!
- Você terá proteção, mas precisamos de um nome.
- Negociei com um homem no Azerbaijão, chamado Abdullah Yeraev, mas ele é só um intermediário.
- Quem é o verdadeiro líder, então?
- Yuri Sodaiev.
Danny envia o nome rapidamente para Kono e pede que ela faça uma pesquisa rápida para ver se aquele nome constava nos registros, seus antecedentes e maiores informações.
A agente faz o que era pedido e as imagens na tela causam espanto nela, em Chin, Grover e Catherine, que também estavam em busca de informações. Ninguém acreditava no que estava vendo.

- Meu deus, isso não é possível! – exclama em tom surpreso Chin.

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