[REVIEW] HAWAII FIVE-0 7X15 - Ka Pa'ani Nui (Big Game)

Aloha galera!

Hoje vamos fazer a review do 15° episódio da temporada e também a contagem regressiva oficial para o fim da temporada. Mais 10 reviews e damos adeus ao sétimo ano da série.


Eu gostei muito desse episódio porque ele tratou de questões muito sensíveis de uma forma muito delicada e respeitosa. Um mesmo episódio abordar a questão do isolamento de pessoas com hanseníase (lepra) e Nazismo é uma receita perigosa mas os autores foram muito felizes. Ponto para eles, mais uma grande episódio para a temporada.


O episódio começou de forma divertida, aparentemente está acontecendo algum tipo de competição entre Lou e Chin sobre quem faz melhores panquecas. Também revemos Will e Grace e a questão do vício dos jovens no celular é abordado. Gosto da atitude de Lou com o filho de exigir que ele saia do celular e aproveite o tempo com seu pai. É divertido também o absurdo de ver os dois namorados conversarem através de um app de mensagens enquanto estão sentados lado a lado. Retrata exatamente um dos maus da vida moderna. A impessoalidade que os dispositivos móveis trouxeram para a vida das pessoas. Gosto de como a adolescência de Grace está sendo aproveitada pelos escritores para retratar as principais questões dessa fase tão complexa para pais e filhos.


Então o romance é interrompido quando o criminoso número 1 da semana envia uma foto da sua vítima para os celulares dos jovens. Sim, número 1 porque nesse episódio Five-0 se separou e investigou dois crimes diferentes. Não sei para vocês, mas para mim parece nitidamente testes entre os parceiros habituais da série para se preparar para eventuais desistências de elenco. Espero estar errada...


Kono e Grover chegam ao local do crime e o cara está pendurado como um prêmio, deixando claro que o assassino não somente queria matar, mas queria também enviar um recado exibindo o corpo em um local público e compartilhando a foto nas redes sociais.


Além dos crimes da semana a gente é apresentado também à uma briga entre Kamekona e Flippa. O segundo organizou um protesto em frente ao caminhão de camarão do primeiro exigindo melhores condições de trabalho.


Ele chama Five-0 alegando ter uma emergência e Danny e Steve aparecem para checar o problema. É a única cena dos dois juntos em todo o episódio. Danny deixa claro que um protesto pacífico em uma área pública é perfeitamente legal e que eles não podem fazer nada e que os dois primos que há pouco tempo se amavam vão ter que resolver isso em particular. 

Steve recebe uma ligação de Chin que há um segundo homicídio para investigar e ele sai, deixando Danny de babá dos dois primos brigados.


O segundo assassinato do dia é uma mulher, na casa dos trinta anos que foi encontrada perto da costa. Ela foi morta com múltiplas pancadas na cabeça, descartando imediatamente acidente. Ela também não está no sistema dificultando a identificação, mas tem uma tatuagem que Chin reconhece como um código referente à segunda guerra mundial. Outro mistério, porque a vítima é nova demais para ter estado no holocausto.


Voltando ao primeiro crime, o do cara morto e pendurado no cais, descobrimos que a vitima é um caçador de animais exóticos e que está no Havaí em busca de matar um tubarão branco. Kono pontua que tubarões são adorados no Havaí, assim como a vaca é sagrada na índia, então se alguém diz que vem à ilha em busca de matar um por esporte é óbvio que vai enfurecer os grupos de direitos dos animais. Danny e Grover acreditam na teste que um deles deve ter deixado de ameaçar e partido para a ação. Há uma suspeita porém, uma defensora feroz dos tubarões, uma mulher que nada com os animais para provar que eles não são ameaças. 

A sequência dela nadando com o tubarão é linda.
Eles vão até ela e concluem que ela não deve ser a assassina, que provavelmente foi alguém que tentou fazer parecer que os responsáveis foram os ativistas.


De volta à mulher assassinada encontrada na praia, Jerry confirma que a tatuagem no braço dela é realmente um ID de um campo de concentração, especificamente do avô da mulher morta. Eles descobrem quem ela é e que ela e o avô eram muitos próximos. O avô morreu de causas naturais um ano antes.

Jerry descobre também que entre as compras do cartão de crédito da moça uma foi feita numa antiga colônia de leprosos que fica numa região isolada da ilha que está em quarentena desde 1960 e tem acesso restrito.

Steve e Chin seguem até lá de helicóptero para investigar e conhecem a xerife da cidade, que imediatamente oferece ajuda e os leva até o chefe dos voluntários que é um ex portador de hanseníase (acho muito feio chamar as pessoas de leprosas) e conheceu a vítima que entrou na ilha como voluntária.


O chefe voluntário que se chama Bill, fica chocado com a notícia da morte de Leia e conta que ela era uma boa moça que decidiu ficar em Molokai depois que o seu grupo de voluntariado foi embora para fazer alguns passeios turísticos. Ele leva os oficiais Five-0 e a xerife até a casa onde ela estava hospedada e na busca por evidências que ajudem a solucionar o crime eles encontram um revólver numa das bolsas da moça. Chin questiona o motivo dela precisar de uma arma se era apenas uma voluntária em busca de ajudar pessoas.


Eric chega de mula (eu acho que é rsrsrs) à Kalaupapa para ajudar a busca por evidências no quarto que Leia ocupava. Quando ele conhece Bill, o sobrinho de Danny tem a pior reação possível quando vê as mãos do homem maltratadas pela hanseníase. Ele leva uma bronca de Steve e com motivo. Na hora eu fiquei muito brava com ele, mas depois os autores foram gentis o suficiente para mostrar que a reação dele é comum e no final ele se tornou amigo de Bill. Foi legal ver os dois interagirem. Mostrou como preconceitos são apenas isso, conceitos pré existentes que precisam apenas de conhecimento para serem derrubados. Ponto para os autores mais uma vez.


Após deixarem Eric aos cuidados de Bill, Steve e Chin concluem que talvez Leia tenha vindo à essa parte da ilha para se esconder de alguém já que é um lugar restrito e que não recebe muitos visitantes.

De volta ao caçador de tubarões morto, Noelani descobre que ele foi mordido por um tubarão branco antes de ser esfaqueado. Eles concluem então que o assassino tentou esconder o fato de que ele foi mordido pelo tubarão fazendo outro corte na vítima. Eles partem então para Kamekona em busca de alguns nomes, mas o grandão está no meio de uma disputa sindical lembram?


O dono do caminhão de camarão mais famoso do Havaí se recusa a ajudar Five-0 em primeiro lugar. Ele alega que Grover colocou a ideia de sindicalização na cabeça de Flippa no dia do aniversário de Chin (o episódio do sequestro de Sara) e que Danny e Steve se recusaram a acabar com a manifestação mais cedo, mas depois de um discurso apaixonado de Kono sobre a santidade dos tubarões para a irmandade Kame muda de ideia, mas deixa bem claro que é apenas pelos tubarões, ele está realmente magoado com os policiais.

Ele conta que alguns restaurantes na ilha continuam servindo sopa de barbatana de tubarão mesmo que tenha sido banido e que há poucos fornecedores, ele conhece alguns nomes mas só vai dizer se eles comprarem comida no seu caminhão que não vendeu nada até esse momento por causa do protesto dos seus funcionários.

No final das contas Grover pede desculpas pelo incentivo à Flippa em buscar sindicalização e incentiva Kamekona à resolver as coisas diplomaticamente e o cara finalmente entrega os nomes dos fornecedores de barbatana tubarão, ufa!


Enquanto isso temos Bill e Eric no bangalô onde Leia estava. O sobrinho de Danny está em busca de digitais e gentilmente mostra para o voluntário que espia tudo com curiosidade. Ali a amizade entre eles começa e o agente de cena do crime tem a chance de conhecer melhor a história das pessoas que vivem ali naquele isolamento.


A digital que Eric encontra leva à um cara chamado Tony que trabalha em um bar em Kalupapa. Steve e Chin o encontram e o perseguem numa cena de ação tradicional para McGarrett, a única diferença é que geralmente é Danny que corre junto com Steve. 


O cara tem uma lista de crimes bem longa, mas alega não ter matado Leia. Ele tem um álibi e explica a digital no bangalô da voluntária, ele esteve lá vendendo uma arma para ela porque a moça alegou ter contas a acertar.

Em posse dessa nova informação, Chin e Steve imaginam que Leia não estava em Kalaupapa para se esconder, mas sim para se vingar de alguém e talvez esse alguém a eliminou primeiro.

Jerry então descobre que Leia viajou por vários países ao redor do mundo em busca de alguém, Os países que ela visitou são todos rotas de fuga para antigos nazistas, junte isso à tatuagem que ela carrega com o ID do avô na época do holocausto é fácil concluir que ela estava em busca de alguém que fez mal ao seu antecessor. Através de um vídeo Chin e MGarrett descobrem que ela busca por um guarda de um campo de concentração que atualmente tem 91 anos. Difícil acreditar que uma mulher jovem e armada foi morta por um ancião. Eles partem em busca de refazer os passos de Leia para tentar encontrar o referido guarda.


No HQ Kono e Danny encontraram o fornecedor de barbatanas de tubarão que estava com nossa vítima número 1 e o cara nem resiste, ele confirma rapidinho a história que Five-0 teorizou, ele levou Harisson até um tubarão branco, o cara quis nadar com o tubarão, foi mordido e ele terminou o serviço matando o cara. Ele alega que como o mundo todo queria o cara morto que ninguém vai estar chorando por ele. Kono concorda com o criminoso mas com uma ironia maravilhosa diz que ninguém está chorando pelo mutilador de tubarões também. Eu adoro Kono, ela é uma policial acima da média e a série a retrata muito bem e é sensacional ver uma mulher tão competente com tanto destaque em um programa de ação.


Eric é determinante nesse capítulo. Apesar de ser meio excêntrico e falar umas besteiras de vez em quando ele é fundamental para a resolução do crime. Ele descobre quem é o guarda que Leia buscava, através de um software ele envelhece a foto e eles chegam ao provável rosto do ex-nazista. Eles enviam a foto para a xerife que alega não conhecer mas que vai procurar. Os Five-0 vão em busca de Bill que é o morador mais antigo e ele revela que conhece o cara da foto, que ele fez muita coisa boa desde que chegou à Kalaupapa e que ele é pai da xerife. Isso foi muito bom! Eu não desconfiei dela uma vez sequer durante todo o tempo, foi uma reviravolta muito legal, pelo menos a mim me pegou de surpresa total.

Óbvio que depois de receber a foto de Steve, a xerife foge com o pai. Mais óbvio impossível.


Steve envia pedidos de alertas para encontrar a xerife e seu pai, garante que a notícia vai se espalhar e que ele vai ser encontrado, porque com o advento das mídias sociais, celulares, câmeras de segurança praticamente em cada esquina ninguém mais fica escondido.

Eles vão embora de Kalaupapa então e Eric demonstra que a experiência de trabalhar na colônia de leprosos o ensinou algo sobre preconceito. Ele confessa que se sentiu estranho ao conhecer Bill mas é maduro o suficiente para apertar sua mão antes de ir embora e de deixar claro que nasceu dali uma amizade e um aprendizado para o resto da vida. Como eu disse, achei muito sensível a forma como a série tratou um tema tão complexo. Foi de uma delicadeza sem tamanho, mostrou a exclusão dessas pessoas e tudo que elas sofreram e ainda sofrem, mostrou o tipo de reação com a qual elas convivem e o motivo delas se isolarem mesmo depois de tanto tempo. Amei a abordagem.


Vemos então o que parece ser a solução do problema entre Kamekona e Flippa. Kame oferece o próprio caminhão de camarão para seu primo no que parece ser uma espécie de esquema de franquia. Parece ser uma ideia muito inteligente, o grandão expande seu negócio e encerra a briga. Mais pra frente a gente vai ver que o problema está só começando hahaha.


Então, para encerrar com chave de ouro, como Steve disse, eles encontram Alana e seu pai escondidos no Arizona. A filha é presa pelo assassinato de Leia Rozen e o pai é preso por crimes de guerra sob as leis da convenção de genebra, que eu pesquisei sobre e não têm prazo de prescrição, portanto mesmo no fim de sua vida o ex-nazi vai cumprir pena.


Capítulo tumultuado não? Cheio de assuntos importantes e de extrema relevância. Confesso que fiquei encantada com a forma como os escritores lidaram com tantos assuntos difíceis de abordar. Nazismo e Hanseníase e ainda mais ligados um ao outro. Era muito fácil ultrapassar a linha e fazer algo grosseiro e desrespeitoso mas não foi isso que aconteceu. Os dois momentos históricos foram respeitados e foi muito bom ver que hoje o mundo não apoia mais o tipo de discriminação imposta na segunda guerra mundial.

Foi um episódio com menos ação que o normal, com uma forma diferente de formar as parcerias mas de uma escrita muito minuciosa e bem feita. É um dos meus preferidos da temporada.

Nota: 8,7.

E você o quê achou? Deixe-nos saber nos comentários.

Até a próxima review e obrigada pelo seu tempo.

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