Hawaii Five-0 Brasil 1x08 - Operação Paraguai


Por Luiz Felipe Longo

                - Como nossa agência de inteligência deixou passar que a mulher de Saul estava viva? – questiona Chin.
            - Provavelmente Saul e sua esposa não possuíam outros familiares no México e os policiais norte-americanos na fronteira obviamente não iriam tratar sobre um caso o qual foram responsáveis por atear fogo em pessoas. – argumenta Grover, enquanto todos pensam naquilo.
            - Saul deve saber que ela está viva, por isso a contatou, para que nos matasse antes de o seguirmos até o Paraguai. – comenta Catherine.
            - O que precisamos fazer agora é encontrá-la antes que ela encontre Saul novamente. Vou ligar para Max e pedir para ele rastrear a placa do carro alocado, alguma câmera de segurança das rodovias a deve localizar. Vamos ver o que ele fala, a partir daí determinaremos nossos próximos passos. Por enquanto, abortaremos nossa viagem ao Paraguai – instrui Steve McGarrett enquanto envia uma mensagem por meio de seu tablet para o legista.
            Todos estavam sentados, pensativos, no hall de entrada do edifício onde estavam morando. A polícia realizava a perícia do local no qual houve o tiroteio, mas nada de novo havia sido descoberto. Se a preocupação já era enorme apenas com Saul, ela havia duplicado com a recente descoberta de que Isabella, mulher do criminoso, estava viva.
            - Pessoal, recebi a mensagem do Max. Seguiremos com o plano, vamos para o Paraguai, mas iremos juntos. – afirma Steve, levantando-se rapidamente com o tablet em suas mãos.
            - Mas, Steve, precisamos achar Isabella Hernandez. – contra-argumenta Danny, não entendendo a ideia de manter os planos.
            - O carro foi flagrado por câmeras de segurança indo em direção ao Paraguai. Provavelmente ela entrará no país por meio da Ponte da Amizade, na fronteira entre Foz do Iguaçu e Ciudad Del Este. Kono, envie um alerta para as autoridades responsáveis pela fronteira, vamos pegar Isabella.
            A agente de traços orientais acata o pedido de seu comandante e liga pedindo para que todos os policiais da fronteira do Brasil com o Paraguai se mobilizem para interceptar o carro com as descrições dadas e também são fornecidas características da mulher que o estava dirigindo.
            Steve sai do edifício, com Danny, Chin, Grover, Paul, Kono e Catherine o seguindo. Eles entram em um carro utilitário bastante grande, no qual cabem os sete norte-americanos, que iriam retornar para São Paulo onde pegariam um jatinho particular com destino ao Paraguai.
            - Isso é loucura. Saul deve ter olhos nos observando, vamos ser abatidos em pleno ar. – comenta Danny visivelmente preocupado com o plano que o amigo havia preparado.
            - Vamos ter que arriscar. Precisamos chegar ao Paraguai antes que Isabella, para que possamos prendê-la e interrogá-la.

            O voo em um jatinho particular fornecido pelo governo brasileiro transcorreu sem maiores problemas e em pouco tempo eles já estavam pousando em uma pista particular em propriedade rural no Paraguai, na qual militares já os esperavam com carros e armamento prontos.
            - Andem logo, Isabella já deve estar chegando à ponte. – ordena Steve entrando no carro e sendo seguido por seus companheiros, acelerando em direção do local onde supostamente estaria a criminosa.
            Chegando à Ponte da Amizade, rapidamente é notada uma movimentação no lado paraguaio dela. Havia um carro parado bloqueando a estrada e ninguém estava nele. Aquele era o veículo alugado por Isabella Hernandez, mas não havia qualquer sinal dela.
            - Quanto tempo faz que esse veículo está aqui? – pergunta McGarrett claramente irritado, pois havia inúmeros alertas para aquele carro e ele não deveria sequer ter ultrapassado a ponte.
            Os policiais paraguaios fazem de conta que o agente norte-americano não estava lá, simplesmente o ignoram e continuam caminhando por entre os curiosos os quais observavam o carro parado.
            - Há registros de policiais recebendo propina nesta região, provavelmente foi isso que aconteceu. Isabella deve ter dado dinheiro para eles a deixarem passar. – comentou Danny enquanto os outros norte-americanos vasculhavam o veículo em busca de qualquer pista da criminosa.
            Chin encontra um celular no porta-luvas, liga-o e acessa o registro de chamadas. Um mesmo número era o único que aparecia no visor do telefone móvel. Ele envia as informações para Max averiguar, no entanto o legista rapidamente responde que se trata de um aparelho descartável, consequentemente não estava registrado em nome de ninguém.
            No mais, não havia nada de anormal que pudesse provocar alguma reviravolta no caso, apenas documentos do veículo, um recibo da locadora de carros e uma embalagem de fast-food.
            - Acho que a perdemos, por culpa desses corruptos desgraçados! – exclama Grover olhando furiosamente para os policiais paraguaios, que desviam o olhar, não ligando para as falas do agente negro.
            - Se ela deixou o carro aqui, provavelmente ela deve estar a pé. Vamos procurar, não deve estar longe. Apesar de ter inúmeras fotos espalhadas com os policiais, nenhum deles é confiável. – comenta Catherine observando atentamente às pessoas ao seu redor.
            A equipe da 5-0 não sabia qual rumo tomar. Uma imensidão de pessoas circulava daquele lado da fronteira, principalmente pelo fato daquele ser um centro de compras bastante popular. Então, Kono avista uma mulher entrando em um prédio antigo com as paredes descascando e ela se parecia muito com Isabella.
            - Pessoal, acho que a vi entrando naquele prédio. – aponta a moça de traços orientais com a preocupação evidenciada em sua voz.
            - Tem certeza? – pergunta Steve.
            - Não 100%, mas quase isso.
            - Já é o bastante. Pessoal, vou entrar lá. Me deem cobertura, ela deve ter alguma coisa preparada.
            O prédio era antigo e estava completamente abandonado. Steve entra pela porta da frente e a escuridão rapidamente encobre seus olhos. Ele sente as baratas e os ratos passando por seu pé, ao mesmo tempo em que pode sentir uma presença feminina no mesmo ambiente. Danny e Chin entraram logo atrás do líder, enquanto Grover e Paul foram por uma entrada dos fundos. Catherine e Kono ficaram vigiando a parte externa e a rua.
            Escuta-se o barulho de metal rolando pelo chão em direção de onde estavam vindo os agentes norte-americanos. Era uma bomba que expeliu uma fumaça bastante densa, cobrindo a vista de Steve, Danny e Chin, os quais usam estreitam os olhos tentando enxergar algo através da névoa.
            - Ela está fugindo! – berra o agente louro oriundo de Nova Jersey, transmitindo a informação por meio do rádio comunicador, ao avistar um vulto.
            Grover e Paul estavam muito distantes de onde Isabella havia saído correndo, portanto só restava Kono e Catherine conseguirem pegá-la caso a criminosa fosse para fora do prédio, e foi exatamente isso o que ela fez.
            Ao avistarem a mexicana correndo pela rua, as duas agentes norte-americanas não perderam tempo e foram atrás dela. Isabella sacou uma arma e disparou contra Kono e Catherine, que se jogaram atrás de uma lixeira, em seguida atirando também e acertando a perna da criminosa que cai na rua, o revólver fugindo do seu alcance.
            - Onde você pensa que vai? – pergunta Kono enquanto coloca as algemas na criminosa e Catherine recolhe a arma.
            - Desgraçadas! Saul irá acabar com todos vocês! – fala aos berros Isabella, que tenta resistir às algemas, mas acaba levando um tapa na cara de Catherine.
            - Calada! O que eu estou tentando entender é esse ódio pelos Estados Unidos e por nós, ainda mais agora que você está viva. – questiona a morena de cabelos na altura dos ombros e pele clara.
            - Entendi a missão de Saul e gostei dela. Vocês tem que parar de sentirem-se os melhores deste mundo, passando por cima dos outros, explorando recursos naturais, matando civis em guerras!
            Kono e Catherine apenas se entreolham e avisam através do rádio comunicador que haviam capturado a fugitiva. Steve, Danny, Chin, Grover e Paul chegam em questão de minutos até onde estavam as agentes.
            - Bom trabalho. – elogia McGarrett. – Vamos levá-la de volta para o Brasil, pelo menos lá temos a certeza de que possuímos liberdade para interrogá-la da maneira a qual achamos necessária.
            Entrando em um veículo utilitário totalmente espaço, a equipe da 5-0 volta rumo à Ponte da Amizade para poder chegar ao lado brasileiro e interrogar Isabella Hernandez, que era terrivelmente bonita. Cabelos morenos na altura das costas, olhos de mesma cor, pele clara e estatura mediana. A criminosa aparentava muita frieza e uma calma fora do normal, aquilo intrigava aos agentes e o motivo foi conhecido instantes depois.
            Uma caminhonete vinda em direção oposta ao utilitário estacionou, barrando a passagem. Dela, saíram dois homens com máscaras pretas, os quais dispararam desenfreadamente contra o veículo dos norte-americanos.
            - Emboscada! – berrou Steve abrindo a porta, pulando para fora e atirando através do buraco feito pela quebra do vidro. Danny, Chin, Grover e Paul fazem o mesmo, utilizando o carro para se proteger.
            Kono e Catherine haviam ficado tomando conta de Isabella e estavam agachadas na parte traseira do veículo. No entanto, outra caminhonete apareceu, desta vez vinda do lado paraguaio e com extrema violência se chocou contra o utilitário, tendo o tempo apenas de Catherine, Kono e Isabella pularem para o lado, salvando-as. McGarrett, Danny, Chin, Grover e Paul são surpreendidos e o terceiro acaba sendo acertado por uma das portas, caindo no chão.
            Naquela confusão, Grover e Paul conseguem acertar dois tiros certeiros nos bandidos da caminhonete que estava do lado brasileiro, deixando-os estirados no chão. Porém, da outra caminhonete haviam descido seis criminosos, dos quais apenas dois foram neutralizados. O restante foi o responsável por resgatar Isabella Hernandez das mãos dos policiais.
            - Ela sabia que conseguiríamos achá-la naquele prédio. Foi tudo planejado e agora Saul a resgatou e os dois finalmente conseguirão estar juntos. Fomos ingênuos demais. – comentou Steve, claramente desapontado com o rumo dos acontecimentos.
            Chin havia sofrido escoriações pelo corpo logo após o impacto da outra caminhonete, mas apenas alguns arranhões pelo corpo e um corte profundo na bochecha, nada de mais grave. O restante dos agentes estava bastante sujo, mas sem maiores hematomas.
            - A caminhonete foi para o lado brasileiro, mas duvido que eles vão ficar no país. Eles devem ter algum plano de fuga, como um helicóptero ou jatinho particular, para poderem ir para outro país. – afirma Grover tentando estreitar os olhos pelo caminho onde o veículo tinha ido.
            - Não acredito que eles iriam pelo céu. O Brasil faz fronteira com muitos países na América do Sul, ou seja, se eles formarem um comboio, dificilmente a polícia rodoviária será páreo para eles, que estão sedentos por destruição e não tem nada a perder. – contra-argumenta Paul ao elaborar outra possibilidade de fuga dos criminosos.
            - Eles não vão ficar em território brasileiro por muito tempo, nisso concordo com Grover. Porém, também não acho que eles vão se arriscar a ir pelos ares. Assim, só resta um país para eles irem, o qual não seriam obrigados a andar muito tempo de carro no Brasil... – fala Steve buscando estimular o raciocínio dos seus companheiros.
            - Argentina! É para lá que eles vão! – exclama Catherine, como se tudo fizesse sentido.
            - Estamos em um continente no qual as fronteiras são pouco vigiadas, desse jeito nunca conseguiremos pegá-los. Eles possuem comparsas em todos os lugares, parece que vários guerrilheiros estão se juntando. – discursa de maneira pessimista Paul.
            - Precisamos continuar cruzando informações, tentar rastrear ligações entre possíveis novos guerrilheiros e irmos capturando possíveis novos reforços do exército de Saul. – tenta traçar um plano Kono.
            Interrompendo a conversa, o celular de McGarrett toca e um número desconhecido é apontado no visor, causando bastante estranheza no líder norte-americano da 5-0.
            - Comandante McGarrett, quanto tempo, não? Vejo que conheceram minha bela mulher, a qual vocês norte-americanos quase mataram. Vamos ficar com essa caça de gato e rato até quando?
            - Saul! Iremos ficar nessa de gato e rato até eu colocar uma bala na sua cabeça!
            - Vejam só, vocês estão perdendo essa guerra e mesmo assim continuam arrogantes e prepotentes. O pior de tudo é saber que ainda existem países os apoiando E que serão os próximos a sofrerem consequências. No Brasil, já instalamos totalmente o caos, as pessoas estão com medo de se reunirem em lugares públicos, irem ao shopping, cinema, teatros... Isso é sensacional!
            - Por que você está me ligando, desgraçado?
            - Só gostaria de ouvir a sua voz de derrotado após perder seu principal triunfo, que era minha mulher. Nos vemos logo!
            O criminoso desliga o telefone e McGarrett atira seu aparelho para longe, estava bastante irritado com aquela situação. Kono, então, chama sua atenção para uma informação que estava na tela de seu tablet: “Argentina e EUA firmam parceria para combate à violência em Rosário”.
            - Já sabemos para onde ir! – exclama Kono.
            - Vamos para Rosário, Argentina. – responde Steve. 

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