E chegamos ao fim - O último balanço de Hawaii Five-0


A despedida agridoce.

240 episódios divididos em 10 temporadas, exibidos entre 20 de setembro de 2010 e 03 de abril de 2020.

Isso é uma forma resumida de dizer a extensão de Hawaii Five-0, o remake do grande sucesso das décadas de 1960-1980. Mas essa frase não diz em quantos países chegou, para quantos idiomas foi traduzida, quantos fãs conquistou e nem o que significou pra cada um deles. Nem cabe dizer nesse texto. É só para ter uma noção da magnitude da série.

De algo tão grande era esperado um desfecho igualmente grandioso, deixando corações apertados e lágrimas nos olhos. Não foi o que aconteceu. Tudo bem que há tempos a série já não trazia o clamor inicial. Podemos culpar tanto a emissora, uma vez que CBS é famosa por interferir em decisões criativas, quanto os roteiristas que já pareciam chipanzés com metralhadoras. Mas fazer um final que não traz um desfecho para todos os personagens é uma mancada colossal.

Já deveríamos ter acendido o alerta vermelho quando a notícia do fim chegou com apenas dois meses de antecedência. Poucos dias antes havia sido noticiado que o personagem Lincoln Cole (Lance Gross), inserido nos últimos episódios, poderia ser regular numa 11ª temporada. Com isso podemos supor que não só a 10ª temporada não foi planejada pra ser a última, como seu fim não foi planejado para encerrar a série. E quando se soube que a decisão pelo encerramento veio da CBS após Alex O'Loughlin declarar que não poderia mais continuar pois suas dores tornavam o ritmo e intensidade das gravações cada vez mais insuportáveis pra ele, a suposição virou quase certeza.

Isso talvez explique porquê o fim soou como uma despedida apenas de Steve, e não de todo o time. O porquê de não termos a presença de personagens que nos deixaram ao longo da jornada como Chin, Kono, Max e Jerry. Talvez até explique porquê Kamekona, Duke e Noelani foram deixados totalmente de escanteio e Eddie apareceu apenas por um breve momento. Sem falar da inserção de um novo personagem nos 40 minutos do segundo tempo. Além de inúmeros plots desnecessários ao longo da temporada. Tudo isso poderia fazer mais sentido se assistíssemos sob a perspectiva de uma futura 11ª temporada. Então talvez os roteiros estivessem prontos antes de se decidir pelo fim.

Sob qualquer perspectiva a inserção de Daiyu Mei (Eugenia Yuan) mostra como os roteiristas erraram em matar Wo Fat tão cedo, lá na 5ª temporada. Enquanto na série original ele só foi derrotado no último episódio. Sendo assim, trazer uma esposa de Wo Fat por mais absurdo que fosse (como se passa anos caçando um cara e tantos depois dele morrer sem saber que ele é casado?) seria um modo de trazê-lo de volta tanto para uma despedida de Steve quanto para o fim da série.


O sequestro de Danny também seria mais pertinente se tudo fosse a despedida apenas de Steve, para tornar as coisas mais emocionantes pra ele. Na falta de uma amada, resgate ao melhor amigo! Embora Danny quase tenha resgatado a si mesmo usando o que aprendeu com Steve, e teria conseguido se não tivesse recebido um tiro quando estava quase na saída. Porém, deixá-lo entre a vida e a morte fez parecer por um momento que Danny poderia ser o sacrifício do fim da história. Mas logo se viu ser um momento para mostrar como Steve estava cansado de perder tudo que era importante para ele.

Todavia, partir deixando os amigos que restam para trás não parece uma ideia muito coerente pra alguém que está cansado de perder as pessoas que ama. E apesar de ter ficado com os olhos úmidos na cena das despedidas, foi onde realmente percebi que provavelmente foi planejado para ser um season finale e não um series finale. Steve partiu para tentar encontrar paz e um recomeço, coisas que terá ao lado de Cath. Mesmo tendo outras namoradas, sempre ficou claro que ele nunca deixou de amá-la. E por mais que preferisse que ela tivesse uma participação mais ativa, foi perfeito o Comandante McGarrett terminar junto com a Tenente Rollins.


Mas e quanto aos outros? Só sabemos que: Danny não está mais com Rachel; Adam é um cara decente (não que fosse novidade); Grover tem uma afilhada que seguirá seus passos e; Tani e Junior estão namorando. Só que essas coisas não são exatamente desfechos. Uma explicação para essa falta de desfecho dos demais personagens seria que eles podem fazer participações ocasionais nas outras séries que Lenkov escreve na CBS. Já sabemos que Jerry aparecerá em MacGyver, e vimos no último crossover que Quinn se aproximou um pouco de Rick (Zachary Knighton) de Magnum P.I.. No entanto, isso não justifica totalmente a falta de desfechos em Hawaii Five-0. Uma vez que nem todo mundo assiste as três séries.

Deixando as decepções e amarguras de lado, não podemos esquecer tudo que Hawaii Five-0 nos significou um dia. O que nos fez acompanhar a série por quase dez anos e as lições que nos trouxe. Lembremos com carinho desses personagens carismáticos e seu companheirismo. Porque, no fim, o que importa é a jornada.


Aloha!

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